A Amazon foi multada pela Comissão Nacional de Proteção de Dados do Luxemburgo, no valor de 746 milhões de euros, naquela que é considerado um recorde, no que diz respeito à falha de cumprir com o regulamento das Regras Gerais de Proteção de Dados em vigor na União Europeia. A multa apenas foi agora referida pela Amazon, esta sexta-feira, durante a recente apresentação de contas do último trimestre, mas já terá sido emitida no dia 16 de julho, segundo refere a CNBC.

A multa elevada justifica-se pela gigante do retalho não ter cumprido e revisto algumas práticas de negócio que comprometiam os dados dos clientes. A empresa, que tem a sua sede no Luxemburgo, negou que tenha violado qualquer regra de proteção de dados do RGPD, salientando que manter a segurança dos seus clientes e a sua confiança eram a prioridade da Amazon, foi referido à fonte noticiosa, reforçando que não existiu qualquer falha nos dados e que nenhuma informação dos seus clientes foi exposta a terceiros.

A empresa de Jeff Bezos diz que descorda totalmente com a decisão da Comissão Nacional de Proteção de Dados do Luxemburgo e pretende apelar. Salienta que a decisão de como mostra a publicidade relevante aos seus clientes baseia-se em interpretações subjetivas e não testadas da lei europeia de privacidade, e que a respetiva multa está totalmente desenquadrada mesmo perante essa interpretação.

A investigação da CNPD começou em 2018, depois de ter recebido queixas do grupo dedicado aos direitos de privacidade La Quadrature du Net contra a Amazon.

A multa a aplicar baseia-se no valor de 4% dos ganhos anuais da empresa a nível global. E a notícia surge no mesmo dia em que a gigante tecnológica anunciou um lucro de 6,6 mil milhões de euros no segundo trimestre do ano, num crescimento de 48% face ao mesmo período homólogo do ano passado. A empresa tem vindo a beneficiar com o isolamento imposto pela pandemia de COVID-19, que fomentou o crescimento das compras online.

Nota de redação: notícia atualizada com mais informação. Última atualização 14h52.