O mercado dos smartphones continua a contrair pelo quarto trimestre consecutivo. No segundo trimestre de 2022, a distribuição de equipamentos caiu 8,7%, relativo ao mesmo período do ano passado, segundo os dados preliminares da IDC. A analista diz que neste período houve um declínio de 286 milhões de unidades distribuídas, o que representa 3,5% mais abaixo do que previsto inicialmente.
A IDC diz que os polos da contração do mercado inverteram-se, ou seja, se inicialmente as quebras eram associadas à falta de produtos para a elevada procura; agora, que as fabricantes já retomaram a sua capacidade de produção, é o público que deixou de comprar. Isso deve-se ao disparo da inflação e da incerteza económica global, causado pela invasão da Ucrânia e a crise dos combustíveis, levando as pessoas a reduzirem os seus gastos e a um crescimento dos stocks das empresas.
As fabricantes começaram a cortar as encomendas de componentes com os fornecedores chineses para o resto do ano. As projeções da IDC vão ao encontro do relatório divulgado esta semana pela Gartner, que destacou o abrandamento do mercado dos semicondutores pela fraca procura de equipamentos e uma quebra prevista para o próximo ano. Espera-se que as receitas globais geradas pelos semicondutores cresçam 7,4% em 2022, num total de 639,2 mil milhões de dólares, o que corresponde a quase um quarto daquilo que foi registado em 2021, 26,3%. A previsão das receitas para o próximo ano é inferior: cerca de 623 mil milhões de dólares.
Apesar das quebras, a IDC prevê que no final do ano algumas regiões regressem ao positivo. Isto porque na realidade, a redução que se assiste atualmente não se trata da perda da procura, mas sim, um adiamento na aquisição de equipamentos.
O maior recuo deu-se na Europa Central e de Leste, em 36,5% face ao ano passado, devido à guerra na Ucrânia. No entanto, a região europeia apenas contabiliza com 6% da distribuição global. A quebra de 14,3% na China representa o maior volume do mercado global. Já o mercado ásio-pacífico que exclui a China e Japão, que contabiliza quase metade da distribuição mundial, reduziu 2,2% no segundo trimestre do ano.
Entre as fabricantes que mais vendem smartphones, houve poucas mudanças. A Samsung continua a liderar o mercado, com uma quota de 21,8%, com 62,4 milhões de unidades distribuídas, representando um crescimento de 5,6% face ao mesmo período do ano passado. A Apple teve um crescimento marginal, de 0,5%, surgindo em segundo lugar com uma fatia de 15,6% do mercado, tendo distribuído 44,6 milhões de unidades.
No top 5 das principais fabricantes, as três marcas chinesas deram um trambolhão na distribuição, refletindo-se o mercado na China. A Xiaomi, que ocupa o terceiro lugar, foi a que registou a maior quebra, de 25,5% no trimestre, tendo distribuído 39,5 milhões de unidades, ainda assim tem uma quota próxima da Apple, de 13,8%. A Vivo também caiu 21,8%, distribuindo 24,8 milhões de equipamentos e apresenta 8,7% do mercado. Por fim, a Oppo, teve uma quebra de 24,6%, distribuindo 24,7 milhões de unidades, para uma quota de 8,6%.
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