A Canon fez chegar há poucas semanas as suas mais recentes máquinas fotográficas ao mercado português: os modelos G5X, G9X e M10. E estes são os novos dispositivos que vão ajudar a tecnológica japonesa a cumprir os seus objetivos em Portugal.

O responsável pela divisão de produto da Canon Portugal, Rui Rosado, não revelou números específicos para o mercado nacional, mas garante que compõe um cenário positivo. “Não podemos dizer que este ano nos está a correr mal. Porque a nível do que nos propusemos com a Canon Europa e com o que nos propusemos a atingir internamente, atingimos”, assegurou em conversa com o TeK.

“Iremos fechar o ano no capítulo das compactas, das reflex e até no do vídeo, a atingir o budget”, acrescentou.

Rui Rosado acabou por revelar alguns números “dos quais a marca se orgulha” que dão 50 a 60% de quota de mercado para as DSLR. Nas compactas a quota em Portugal situa-se nos 20%, um pouco em linha com a média europeia.

Números que orgulham, mas não ‘enchem barriga’. “Se isso nos satisfaz? Não tanto porque estamos a falar de um mercado em queda, entre os 20 e os 30%. Não nos satisfaz e não satisfaz as marcas que comercializam produtos de fotografia ou mesmo de video”.

Arregaçar as mangas
A este cenário junta-se o facto de cada vez mais pessoas usarem smartphones como câmara fotográfica principal - agravado pelo facto de haver cada vez mais smartphones capazes neste sentido.

Para lutar contra tudo isto, a Canon aposta em três estratégias. A primeira passa pelo maior foco em câmaras fotográfias de gama média e alta. A tecnológica dá mais destaque a elementos manuais relacionados com a obturação, com o ISO e com capacidades de zoom que ajudam a diferenciar a sua oferta.

“É aquele segmento em que as pessoas mesmo que tenham um telefone, mesmo que tenham uma unidade externa que faça fotografias, vão à procura de uma câmara já sabendo o que necessitam”, explicou o executivo da Canon Portugal. Rui Rosado revelou também que cerca de 30% das pessoas admitem comprar uma câmara fotográfica devido à limitação das câmaras dos smartphones.

Depois o segundo ponto da estratégia: “Também temos apostado no segmento das mirrorless pois se olharmos, não são só as câmaras, é também o que está à frente, as objetivas. E a Canon tem investido muito no desenvolvimento de câmaras fotográficas, mas essencialmente tem bastantes objetivas para essas mesmas câmaras”.

Por fim, a luta passa por não responder à letra à agressividade do mercado, mas ser inteligente ao ponto de saber adaptar a oferta. “Tentamos alterar os produtos para que sejam mais coincidentes com as realidades e com as necessidades do mercado atual”.

Um exemplo: “Os smartphones - e passo a expressão - têm 'aquecido o mercado' na nossa área. O que a Canon tem feito é um papel de estar atenta aos desenvolvimentos que o mercado tem tido e também criar algo que seja transversal a tudo isto, lançando por exemplo o Connect Station - um centro multimédia - para dar uma resposta a quem utiliza telefones, para que a Canon tenha um produto nessa área”.

Rui da Rocha Ferreira