A Microsoft deverá apresentar hoje, junto do regulador europeu, uma queixa formal contra a Google, alegando práticas lesivas da concorrência por parte da gigante das pesquisas.

O anúncio foi feito ao início da noite de ontem por Brad Smith, vice-presidente sénior e membro do Conselho Geral da Microsoft. Numa mensagem publicada online, o responsável explica que a queixa a intentar junto da Comissão Europeia vai integrar o processo de investigação actualmente em curso contra a gigante das pesquisas.

A empresa de Redmond acusa a concorrente californiana de comportamentos anticoncorrenciais no mercado das pesquisas, publicidade online e software para smartphones.

"A Google tem feito muito em prol do avanço da sua louvável missão para «organizar a informação no mundo», mas estamos preocupados com o padrão expansionista da sua conduta - incluindo o emparedamento do acesso a conteúdos e dados - que visa impedir a criação de alternativas competitivas", disse Brad Smith à C|NET.

No blog, o responsável sustenta que, com uma quota de 95 por cento do mercado europeu de pesquisas online, a Google escolhe ainda assim dificultar o acesso dos concorrentes a conteúdos e dados que os concorrentes precisam para oferecer bons resultados de pesquisas aos utilizadores e atrair anunciantes.

Para além deste argumento, são invocadas mais meia dúzia de práticas com as quais a gigante estará a lesar concorrência, como impedir o acesso ao YouTube a partir do Windows Phone, bloquear o acesso a conteúdos que são propriedade das editoras de livros e restringir o acesso dos anunciantes aos seus próprios dados.

Num comunicado de imprensa, a Google afirmou não estar surpreendida pela decisão da concorrente, até porque uma das subsidiárias da Microsoft se encontra na lista das queixosas que desencadearam a investigação por parte da UE. "Da nossa parte, continuaremos a discutir o assunto junto da Comissão Europeia e estamos disponíveis para explicar a quem quer que seja como funciona o nosso negócio".