Há oito anos atrás ninguém antecipava o desenvolvimento que os serviços de cloud iriam ter na Microsoft. Eram os primeiros discursos de Steve Ballmer sobre a mudança para uma empresa focada em serviços e nos clientes, aquilo que eram as primeiras linhas da nova estratégia, recorda Paula Panarra, CEO da Microsoft Portugal. “Eram os primeiros passos para aqui que eram os cloud services. Ainda nem sabíamos muito bem o que aquilo ia ser nem como é o que o íamos fazer”, explica em entrevista ao SAPO TEK. “Hoje, e sem poder dar muitos dados financeiros, posso dizer que fechámos o ano fiscal a faturar mais de 50% já em cloud”, garantindo que “nós [Microsoft Portugal] já transformámos aquilo que é a nossa receita. Mais de metade é prestação de serviço versus a venda tradicional de uma licença”.
Para Paula Panarra este é um ponto de inflexão importante para aquilo que é uma mudança cultural, organizacional e de abordagem ao mercado. “A partir do momento em que passámos esse ponto, já passámos a ser uma empresa de cloud. Agora temos que nos comportar como uma organização de cloud, com a capacidade de fazer a jornada de cliente de serviço e não de venda de bens”, adianta.
Nos últimos anos a empresa tem feito a evangelização do mercado, com um trabalho de fundo que é feito internamente e com os clientes para preparar as empresas para os novos formatos e novas formas de abordar a tecnologia. A executiva da Microsoft admite que no início foi difícil mas atualmente a posição das empresas está a mudar. “Hoje tenho clientes que me ligam: ‘eu preciso que venham cá porque eu já percebi que para estar seguro e ter isto bem resolvido, eu tenho de ir para a cloud e aqui a minha gente não está a querer, preciso que venham cá perguntar porquê e explicar porquê’”, afirma.
Isso está a fazer com que a Microsoft Portugal cresça. “Temos estado a crescer, mesmo nos tempos de mais contenção, se calhar porque temos estado a procurar trazer valor com estes novos serviços, para modernizar as empresas portuguesas”, admite Paula Panarra.
Centro de serviços a crescer e a obrigar a obras na sede
Um dos fatores de crescimento da Microsoft Portugal é o Centro de Suporte que está localizado em Lisboa e que serve toda a Europa, Médio Oriente e África em engenharia de ponta. O Centro começou há 5 anos com 50 pessoas e agora já ultrapassa as 450, num crescimento muito significativo e constante.
O Centro de Suporte representa um investimento de mais de 30 milhões de euros por ano e no ano de 2017 manteve interações com clientes de mais de 60 países, mantendo o inglês como língua base mas dando suporte também em português, espanhol, italiano, búlgaro, turco, alemão, russo e francês.
A empresa tem estado a recrutar ativamente para este Centro, e não apena em perfis de tecnologia, já que os jovens que integram a equipa recebem depois formação intensiva. Os colaboradores não são apenas portugueses e já integram recursos de várias nacionalidades
Este crescimento já obrigou a obras no edifício sede da Microsoft no Parque das Nações, em Lisboa, que foi inaugurado em 2012. No final do ano fiscal – que encerra em junho de 2019 – toda a Microsoft Portugal estará a operar a partir do mesmo edifício, que vai reunir as cerca de 600 pessoas que integram a subsidiária portuguesa num espaço comum.
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