A Nokia prepara mudanças profundas à sua estratégia de negócio, anunciou hoje a fabricante. Os planos são detalhados numa série de comunicados de imprensa, onde saltam à vista as intenções de redução de custos - com o despedimento de 10 mil colaboradores e encerramento de instalações incluídos - e redistribuição de recursos para áreas de negócio mais rentáveis ou diferenciadoras.

A entrada de cinco novos membros para lugares de destaque na liderança da empresa, a compra e venda de empresas e o limitar do investimento em pesquisa e desenvolvimento a apenas algumas áreas são outras das medidas com as quais a empresa espera voltar aos ganhos.

Entre as principais linhas de ação estão a reorientação de recursos para áreas onde a empresa espera gerar maior valor, como os serviços baseados na geolocalização. A Nokia afirma que esta será uma das principais áreas de investimento, através da qual pretende diferenciar a sua oferta de smartphones Lumia, mas também vender tecnologias para "múltiplas indústrias", com vista a "reforçar a plataforma e gerar novas receitas".

Em matéria de dispositivos, referiu ainda a intenção de aumentar o leque de smartphones Lumia par cobrir mais faixas de preços e apostar na diferenciação dos produtos, recorrendo a novos materiais, tecnologias e aos, já referidos, serviços proprietários de localização.

Outra das apostas vai para a rentabilização do segmento de telefones de gama média, com maior desenvolvimento dos Series 40 e 30 - tendo os novos Asha sido referidos como um exemplo do caminho a seguir.

"Estamos a concentrar-nos mais nos produtos e serviços que os nossos consumidores valorizam mais", afirmou o CEO e presidente da companhia, Stephen Elop.

A compra de ativos da empresa Scalado insere-se também neste objetivo de diferenciação. A empresa em questão fornece tecnologia de imagem presente em mais de mil milhões de dispositivos, afirma a Nokia. Em contrapartida, vendeu a Vertu, a marca de equipamento de luxo cuja presença era assegurada apenas em mercados selecionados - e que eram cada vez menos.

Também a Investigação e Desenvolvimento serão visados pelas mudanças e canalização dos recursos e investimento para áreas específicas e segmentos de negócio como o das vendas e marketing, ao qual será dada uma maior importância. Assim, está previsto o fim de projetos de ID na Alemanha e Canadá e o encerramento de uma fábrica na Finlândia, embora aí se mantenham em funcionamento as divisões de investigação. Em virtude das mudanças serão despedidas "até 10 mil pessoas, até ao final de 2013", confirmou a fabricante.

À frente da empresa nestes novos moldes ficam, já a partir de julho, novos nomes em áreas como os telemóveis (Timo Toikkanen entra para o cargo de vice-presidente executivo), vendas e marketing (Chris Weber é o novo vice presidente executivo) ou a comunicação (Susan Sheehan é a nova vice presidente). Tuula Rytila passa a ocupar a posição de vice presidente sénior e diretor geral de marketing. Dos quadros superiores saíram três colaboradores.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes