A inteligência artificial e a robotização das empresas têm gerado debates sobre o risco de as pessoas perderem os seus empregos. A preocupação com a IA foi aliás, um dos temas presentes no Web Summit do ano passado.
Um estudo de 2013, elaborado pela Universidade de Oxford, estimava que 47% dos empregos nos Estados Unidos poderiam estar em risco, devido a 702 áreas de ocupação profissional serem atualizados com métodos computacionais. A OCDE fez uma análise mais detalhada a estas previsões, adiantando que, ainda que a IA e a computação tenham um impacto muito significativo na sociedade, nem todos os empregos estão em risco.
No novo estudo é salientando que existem áreas específicas nas profissões que foram consideradas como um todo, ou por terem o mesmo nome. Aqui incluem-se as áreas de inteligência social, ou melhor, trabalhos onde é necessário negociar relações sociais complexas, tais como tomar conta de outras pessoas ou reconhecimento de sensibilidades culturais. A área das relações sociais é complexa para ser automatizada, refere o estudo, já que exige aplicação de inteligência cognitiva, criatividade, perceção e manipulação.
Por outro lado, a introdução de automatização em algumas profissões apenas fará com que os trabalhadores se tenham de adaptar, e não necessariamente ficar sem emprego. Como exemplo, numa fábrica onde as máquinas são operadas autonomamente, o trabalhador assumirá outras responsabilidades, tais como gerir inventários ou supervisionar outros trabalhadores, algo que os computadores não conseguem fazer.
Na sua análise, a OCDE estima que apenas 14% dos empregos dos países membro da organização, possam ser altamente automatizados, numa probabilidade acima dos 70%. Ainda que a estimativa seja inferior ao estudo inicial feito pela Universidade de Oxford, o estudo adianta que cerca de 66 milhões de empregos podem ser perdidos para a automatização. Só nos Estados Unidos 13 milhões de empregos podem ser extintos.
Os alvos mais frágeis no impacto da automatização são os mesmos do mercado atual, ou seja, jovens licenciados ou trabalhadores com poucos estudos. Mesmo que os jovens tenham uma grande capacidade de adaptação a novas tecnologias, cerca de 20% das pessoas abaixo dos 20 anos têm empregos que não requerem muita formação, como limpezas e cadeias de fast food, e 34% trabalham em vendas e serviços pessoais. Estes empregos correm um grande risco de serem automatizados.
O estudo conclui que o impacto da automatização dos empregos poderá abrir um fosso maior entre os empregos muito bem remunerados e os que pagam pouco, colocando os trabalhadores em situações precárias.
Mas nem tudo são más notícias. A OCDE prevê que a tecnologia seja potenciadora para a criação de novos empregos e oportunidades. Mas as pessoas terão de se adaptar e os governos têm de investir na educação e no treino das pessoas, sobretudo as que estão em risco, para acompanhar a evolução tecnológica.
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