A poucos dias do início de mais uma Web Summit, Paddy Cosgrave diz que está focado na realização da conferência e que só vai pensar no futuro daqui a 2 ou 3 semanas, afastando a questão sobre a continuidade da conferência em Lisboa depois de tanto se ter falado na possibilidade de quebra de contrato por falta da realização do novo pavilhão que deveria aumentar o espaço da FIL. “Honestamente, não consigo pensar na próxima “temporada””, garantiu em entrevista ao SAPO TEK, fazendo uma analogia com os jogadores de futebol que vão jogar a final da Champions e por isso não pensam na próxima época.

Mesmo assim, o CEO e co-fundador da conferência que se mudou para Lisboa em 2016 e que abre portas na próxima semana, a 1 de novembro, acabou por responder que a manutenção  do Web Summit na cidade “não é uma questão”. “Hipoteticamente poderia ser, mas é hipotético”, afirma, garantindo que acredita que o contrato feito vai ser cumprido.

“Tenho confiança total nas autoridades, baseada na minha experiência de Lisboa nos últimos cinco anos”, sublinhou em resposta ao SAPO TEK.

Para Paddy Cosgrave, a vinda para Lisboa foi como descobrir um novo spot de surf. “Lisboa estava por descobrir há cinco anos, e agora acho que é a “cidade mais quente” na Europa, ou até no mundo ocidental. Muita gente se mudou para aqui, de Nova Iorque, São Francisco, Paris, Londres, é incrível”, afirma.

Apesar de reconhecer que este boom criou desafios, o CEO da Web Summit diz que “são bons desafios para ter”. “Há outras cidades para onde ninguém se quer mudar e onde ninguém quer criar empresas”, lembra.

Entrevista: “O Web Summit é sobre as empresas que ainda não conhecemos. As pessoas vêm descobrir o futuro”
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Referindo que “não podia ser mais positivo” sobre a cidade, Paddy Cosgrave defende que essa é também a impressão dos media internacionais e da comunidade tecnológica. “Lisboa está a ter o seu momento, esperamos que possa durar muito”, sublinha, recordando que Berlim teve o seu momento e foi a cidade mais quente da Europa durante 15 anos, e que agora é Lisboa que é a “querida” da Europa.

Para além do clima , Paddy Cosgrave elogia também a estratégia que tem sido desenvolvida para fomentar o empreendedorismo e reconhece a maturidade que foi conseguida. “Estudei economia na universidade e acho que basta olhar para os números e comparar ao longo do tempo”, explica.

“As pessoas fixam-se nos unicórnios mas há uma coisa melhor do que 5 empresas que valem 1 bilião, são 15 empresas que valem 100 milhões, e melhor do que isso, 500 empresas a valer 10 milhões”, adianta.

Para Paddy Cosgrave “o ponto forte de Portugal a longo prazo não vai ser construído com mais 5 ou 6 unicórnios. Claro que isso era incrível mas a longo prazo a força do país vai ser construída com empresas que valem 10 a 100 milhões, são empresas que empregam 20 a 200 pessoas”, reforça, lembrando que essa é a força da Alemanha, com as empresas de dimensão média. “É para ai que as pessoas deviam olhar e os números parecem muito saudáveis”, defende.

O CEO da Web Summit fala também da maturidade das empresas e diz que quando começou a ir ao Road2Web Summit, o evento português que seleciona as startups que participam na conferência, tinha uma lista de startups que eram pessoas com ideias, máximo de duas pessoas, todas portuguesas e todas homens. “Três anos depois metade das pessoas na sala são mulheres, um quarto vêm de outros países, e a maioria das empresas já levantaram 2, 3, 5 ou 10 milhões de euros de financiamento”.

Eventos satélite do Web Summit em 2022

O compromisso com Lisboa estende-se também a outras iniciativas que está a planear para 2022. “Vamos aumentar o número de eventos adicionais que não estavam no contrato”, explicou ao SAPO TEK, referindo que há oportunidade de fazer conferências de dimensão média à volta do Web Summit nos fins de semana antes e depois do evento.

“Na verdade já há muitas outras empresas a fazerem isso. O Web Summit é um magneto gigante e damos as boas vindas a toda a gente que nos usa para criar outros eventos”, sublinha.

O CEO do Web Summit falou ainda da conetividade no evento que afirma que tem sido "um exemplo para todos os grandes eventos do mundo" e desvalorizou a falta de 5G, afirmando que o 4G e a ligação Wi-Fi é perfeitamente suficiente para as necessidades dos participantes na conferência.

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