Seguindo as recomendações do governo japonês para que as empresas permitissem aos empregados optarem por um horário de quatro dias de trabalho semanais, a Panasonic decidiu seguir essa visão pelo bem-estar dos seus colaboradores. Segundo a Nikkei, o CEO da tecnológica, Yuki Kusumi, terá referido numa reunião de investidores que “temos de suportar o bem-estar dos nossos empregados”. O Japão é conhecido pela sua cultura de trabalho intenso, havendo casos de mortes associadas ao excesso laboral.
Ao permitir que os empregados optem pelo terceiro dia de folga semanal, a empresa pretende incentivar também que explorem os seus interesses pessoais, seja para fazer voluntariado ou mesmo trabalhos paralelos e hobbies, assim como estudar.
O presidente da Panasonic refere que pretende suportar maior diversidade no trabalho. Vai ainda encorajar que mais trabalhadores façam o seu trabalho de forma remota. Os empregados passam também a poder optar por aceitar transferências na empresa que requeiram a mudança para diferentes cidades sem a sua família, avança a NHK.
Segundo uma estatística do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar, citado pela Nikkei, apenas 8% das empresas japonesas ofereceram mais de dois dias de folgas por semana em 2020. A Yahoo Japão e a Sompo Himawari Life Insurance foram das primeiras a oferecer o horário reduzido de um dia extra em 2017, mas para aqueles que têm filhos ou idosos para cuidar.
É reportado que há cada vez mais empresas a introduzir o dia adicional de folga na semana, como a Shionogi, que está a trabalhar em tratamentos via oral para a COVID-19. O terceiro dia permite aos trabalhadores que tenham mais tempo para aprender novas técnicas que permitam explorar novas áreas de negócios, como serviços de bem-estar. Ao introduzir o terceiro dia de folga em abril de 2021, a Encourage Technologies, developer de sistemas, afirma que tem vantagem na contratação de colaboradores mais jovens, uma vez que estes valorizam o tempo livre.
As empresas também têm observado um aumento de produtividade, depois de adotarem as semanas de quatro dias laborais. Numa sondagem da Universidade de Reading, citado pela publicação, mais de 60% das empresas do Reino Unido que adotaram esta medida tiveram mais produtividade. Outro exemplo dado de benefícios diz respeito à eletricidade que a Microsoft Japão poupou quando testou a semana de quatro dias, com 90% dos trabalhadores a aceitarem a medida.
Apesar dos benefícios, reduzir a semana de trabalho ainda é um grande desafio para a maioria das empresas nipónicas, devido a questões logísticas. Muitas empresas pagam os ordenados mediante os dias trabalhados, como adianta a Nikkei.
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