"Este foi um dia produtivo em que se atingiram os objetivos", sublinhou Pedro Siza Vieira, ministro da Economia e da Transição Digital, no final da manhã do Digital Day, a conferência promovida no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia que decorre durante o dia de hoje online.
Foram "assinadas" quatro declarações conjuntas, alinhadas com as metas europeias nesta área, incluindo o standard europeu para as nações empreendedoras, a estratégia para a rede de dados europeia, a declaração para a transição digital e verde da União Europeia e ainda a coligação para uma Europa Digital e Verde, que envolve também o sector privado.
O foco na carta de princípios para as "Startup nations" é claro, até porque Portugal conseguiu atrair uma estrutura fixa que vai estar ligada ao desenvolvimento das startups na Europa, como foi anunciado esta manhã pelo Primeiro-ministro António Costa. A estrutura vai chamar-se Europe Startup Nations Alliance – Aliança das Nações Europeias para o Empreendedorismo, vai ter sede em Portugal e a constituição formal deverá estar concluída ainda este ano.
A base de trabalho é a declaração que foi hoje assinada pelos 27 Estados membros, a "Startup Nation Standards", uma norma para apoiar o empreendedorismo, e materializa uma declaração que pretende reunir políticas, com o objetivo de harmonizar o ecossistema de startups europeias e reforçá-los através de vários tipos de apoio.
O sector do empreendedorismo é considerada relevante na União Europeia, sendo estimado que existem 246 mil startups, o que corresponde a 5,6 milhões de postos de trabalho no setor.
Pedro Siza Vieira sublinhou no discurso de encerramento das sessões da manhã do Digital Day que apesar de existir o mesmo número de startups na Europa e nos Estados Unidos, há muitas diferenças nos apoios que limitam o seu desenvolvimento. "O scalling up [crescimento] das startups é difícil na europa e por isso muitas mudam-se para os Estados Unidos para ter acesso aos benefícios e também ao mercado [...] por isso temos menos unicórnios na Europa", afirmou.
Com os princípios que foram definidos a ideia é quebrar barreiras. "Só vamos ser significativos se nos tornarmos um 'scalup continent'" e desenvolver um sistema tão simples para criar e fazer crescer as startups como existe nos EUA, afirma.
"Vamos ser ambiciosos e criar um continente Startup com um mercado digital único", defendeu o ministro, destacando a importância da localização em Lisboa da estrutura de apoio às startups por iniciativa do Governo português, com o apoio da Comissão Europeia. Esta estrutura deverá partilhar boas práticas, monitorizar e incentivar o mercado.
A mesma ambição já tinha sido demonstrada por André de Aragão Azevedo, durante o painel, referindo que esta é uma oportunidade para a Europa se posicionar e responder ao desafio de conseguir reter e atrair mais startups. "Vamos ter guidelines comuns e ter uma estratégia de crescimento para gerar mais unicórnios", afirmou. "Vamos fazer a magia acontecer na Europa".
O ministro da Economia antecipou ainda que em junho vai ser assinada a declaração para a economia digital, a "Digital Economy with a purpose", sublinhando que é preciso definir ambição.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização às 12h47
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