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O software pirateado representou a nível mundial 40 por cento dos programas informáticos instalados em PCs durante o ano de 2001, uma subida de três por cento em relação aos 37 por cento contabilizados em 2000, divulgou hoje a Business Software Alliance (BSA), uma organização que reúne as principais produtoras de aplicações empresariais.




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Essa percentagem de 40 por cento correspondeu a prejuízos no montante de 10,9 mil milhões de dólares (11,53 mil milhões de euros) para as empresas do sector, um valor inferior aos 11,7 mil milhões de dólares (12,38 mil milhões de dólares) contabilizados em 2000.



Esta diferença entre a percentagem de software instalado em PCs e o montante dos prejuízos justifica-se, segundo a ASSOFT - Associação Portuguesa de Software -, com "o esforço continuado dos autores/fabricantes de software de diminuirem o preço das suas aplicações no sentido de irem ao encontro das bolsas mais necessitadas (...) e assim contribuírem para um factor de diminuição da pirataria".



Em termos geográficos, o software pirata predomina sobretudo na Europa do Leste (67%), América Latina (57%) e na região da Ásia Pacífico (54%), embora seja nesta zona de mundo que as produtoras de software registaram mais prejuízos com a pirataria, 4,72 mil milhões de dólares (5 milhões de euros).



O Vietname (94%), a China (92%), a Indonésia (88%), a Ucrânia e a Rússia (ambas com 87 por cento) continuam a liderar o topo da tabela, embora tenham todos registado pequenas descidas.



Na Europa Ocidental, o software pirata aumentou de 34 para 37 por cento durante 2001, tendo sido este o segundo ano consecutivo em que esta percentagem aumentou três por cento neste continente. As receitas perdidas pelas empresas do sector durante 2001 devido à pirataria informática foram de 2,6 mil milhões de dólares (2,9 mil milhões de euros).



Em Portugal, a percentagem de software ilegal instalado nos PCs subiu ligeiramente, de 42 para 43 por cento. As receitas perdidas pelas aplicações informáticas pirateadas aumentaram de 23,6 para 25,4 milhões de dólares (25 milhões de euros e 26,88 milhões de euros), segundo os cálculos apresentados neste estudo.



Assim, entre 1994 e 2001 - anos que foram analisados -, verificaram-se perdas de 298,5 milhões de dólares (332,94 milhões de euros) devido à pirataria de software. A ASSOFT nota que nestes montantes não estão incluídos os impostos directos que o Estado poderia cobrar pelo software comercializado. No que toca aos 17 por cento de IVA, por exemplo, o Estado poderia ter arrecadado 50,7 milhões de dólares (56,55 milhões de euros).



Mas, de acordo com esta associação, seria também necessário acrescentar a este estudo um valor adicional de 12 por cento relativo "a situações ilegais provocadas por outros agentes manuseando as Tecnologias de Informação".



Neste grupo inserem-se os comerciantes de hardware de linha de branca, as organizações e os indivíduos que apresentam a sua lista de produtos pirateados em sites de leilões, anúncios de venda de software ilegal em determinados órgãos de comunicação social e a venda ilícita de programas através de fóruns de discussão da Internet.


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