A Counterpoint Research partilhou o mais recente relatório referente ao mercado de smartphones, confirmando-se o retrocesso no mercado que já era esperado. A analista já havia adiantado que o crescimento do mercado só aconteceria a partir de 2023, ainda assim por margens mínimas, mas agora consolidou os resultados do terceiro trimestre de 2022.
O mercado global de smartphones decresceu 3% no terceiro trimestre de 2022, um pouco acima dos 100 mil milhões de dólares. Foi ainda registado um aumento de 10%, face ao período homólogo do ano, do preço médio de venda de smartphones. Isso deve-se ao crescimento do segmento premium de equipamentos que tem vindo a manter-se resiliente face à incerteza da economia global.
A especialista diz que os smartphones 5G registaram recordes, tendo a sua distribuição contribuído para 46% do total do mercado, considerando que estes custam uma média de cinco vezes mais o preço de um equipamento convencional. Esse fator contribuiu para o aumento médio do preço dos smartphones, mas também para o crescimento das receitas desta variante. Já na distribuição, o mercado global viu uma quebra de 12% face ao mesmo período do ano passado.
O analista Harmeet Singh Walia refere que os smartphones 5G contribuíram globalmente com 80 mil milhões de dólares de receitas, um recorde, num registo de 80% das receitas globais, quando comparado com os 69% registado no terceiro trimestre do ano passado. Já no mesmo período os equipamentos LTE (4G) caíram 10%, contribuindo com cerca de 19 mil milhões de dólares de receitas.
Muito se deve à contribuição da Apple, responsável por cerca de metade de todas as receitas de equipamentos 5G, uma vez que praticamente todos os seus modelos já oferecem capacidades de nova geração de conetividade. A empresa da maçã registou um crescimento de 10% de receitas, face ao período homólogo do ano passado, assim como um aumento médio do preço de 7%. Tanto os modelos da nova geração iPhone 14, como os modelos Pro da versão anterior foram bem-recebidos, destacando-se no mercado.
Relativamente às principais marcas do mercado, a Samsung foi a segunda fabricante que mais receitas arrecadou no terceiro trimestre, mas apenas um pequeno aumento de 2% no preço médio de venda de smartphones. Significou ainda que a distribuição dos seus modelos premium das linhas Flip e Fold quase duplicaram no mesmo período, registando um crescimento de 27% nas receitas dos seus equipamentos 5G. A analista interpreta que o pouco aumento do preço médio dos equipamentos se deu na mudança do foco da série S22, mais bem-sucedida, para os seus smartphones dobráveis. E como consequência as suas receitas caíram 4% no terceiro trimestre face ao ano passado.
A Xiaomi registou um aumento de receitas nos equipamentos móveis de 4% face ao ano passado, no seu caso, como base das vendas de pulseiras de baixa-média gama. Houve um aumento do segmento compreendido entre os 200-299 dólares, diminuindo a procura dos produtos abaixo dos 200 dólares. Isso fez com que o preço médio de venda aumentasse 14% face ao ano passado, numa média de 205 dólares.
As receitas da Oppo caíram 27%, assim como o preço médio de venda dos seus equipamentos em 5%. A empresa foi apanhada pela crise nas fábricas na China devido à COVID-19 e perdeu 40% da sua distribuição no terceiro trimestre. A Vivo seguiu o mesmo caminho, com a agravante de depender mais do mercado chinês para as suas contas. Assim, as suas receitas caíram 43% face ao ano passado.
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