A Sony revelou o relatório de contas referente ao último trimestre de 2018 e aproveitou a ocasião para oficializar os números finais desse mesmo ano. De acordo com o documento, a empresa japonesa conseguiu gerar 741 milhões de dólares em receitas, só entre outubro e dezembro do ano passado, o que representa um crescimento substancial face aos 199 milhões gerados no período homólogo de 2017. Feitas as contas, 2018 rendeu mais à tecnológica, que faturou 8 mil milhões de dólares, depois de se ter ficado pelos 6,6 mil milhões no ano anterior.
Uma análise sectorial mostra-nos que a divisão móvel da gigante nipónica continua a ser a "ovelha negra" da companhia com a falta de sucesso dos smartphones Xperia. Em 2018, o departamento foi responsável por perdas na ordem dos 870 milhões de dólares, depois de ter provocado uma derrapagem de 247 milhões de dólares nas contas da Sony em 2017. Os números devem muito à quebra nas vendas. Em 2018 a tecnológica vendeu apenas 6,5 milhões de smartphones, menos 50% do que o número de unidades despachadas em 2017 para as lojas.
Mesmo assim, este ano no MWC a empresa revelou um novo alinhamento de equipamentos Xperia, mantendo o foco neste mercado onde já tem uma quota pequena.
Face a estes resultados, a empresa tem conseguido servir-se do sucesso da sua divisão de gaming para equilibrar as finanças. No entanto, tendo em conta a já longa vida da PS4, que tem quase seis anos de mercado, a Sony está a ver-se obrigada a tomar medidas adicionais para restabelecer a estabilidade financeira. Segundo a Reuters, os resultados menos positivos do departamento móvel podem obrigar a empresa a colocar um ponto final nas ambições que ainda lhe restam neste segmento. E diz a imprensa internacional que existe pressão interna e externa a empurrar a administração nesse sentido.
A Third Point é um dos fundos de investimento que pode estar a planear movimentar-se nesse sentido. Ao adquirir uma porção considerável das ações da Sony, a empresa pode ver-se obrigada a cortar alguns negócios da estrutura central, como é o caso do departamento móvel e da Sony Motion Pictures, responsável por títulos como Insidious e 007: Skyfall.
Atul Goyal, analista da Jeffries, reportou recentemente que o departamento móvel não deverá ser do interesse de qualquer acionista que entre em cena nos próximos meses, ao contrário dos estúdios, cuja condição financeira pode ainda ser invertida.
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