O impacto do novo Coronavírus tem levado muitas empresas a reduzir a carga de horário e, em alguns casos, o número de trabalhadores no ativo. A Amazon parece ser um dos poucos casos raros em que a nova epidemia se traduz na contratação de 100.000 colaboradores e no aumento do salário, num investimento de mais de 350 milhões de dólares. O aumento "sem precedentes" da procura foi a razão desta decisão, numa altura em que o isolamento social e a quarentena são uma realidade a nível mundial.
O anúncio foi feito no blog da Amazon, no qual Dave Clark, vice-presidente sénior da área de Worldwide Operation, esclarece que a empresa irá recrutar novos colaboradores a tempo inteiro, mas também a part-time. Por outro lado, a Amazon vai ainda aumentar o salário dos trabalhadores que estão nos centros de atendimento, operações de transporte, lojas ou os responsáveis pelas entregas em casa.
Em concreto, em "muitos países europeus" o aumento será de cerca de dois euros por hora, duas libras no Reino Unido e dois dólares Estados Unidos, já a partir de abril. Falando ainda no impacto económico que esta epidemia está a ter noutras profissões, Dave Clark garante que a porta está aberta para qualquer pessoa. "São bem-vindos nas nossas equipas até tudo voltar ao normal e até o antigo emprego ter sido retomado", pode ler-se na publicação. Os interessados devem aceder ao site de recrutamento Amazon Deliver Jobs.
Face à nova epidemia, a Amazon já tomou várias medidas na empresa, numa altura em que o representante esclarece que a "saúde e segurança são uma prioridade em todas as funções e sites". Contando com a opinião de médicos e especialistas em saúde, a gigante tecnológica garante que está a tomar todas as preocupações, promovendo o distanciamento social no local de trabalho e adotando uma limpeza excecional, por exemplo.
A decisão surge mesmo depois de na semana passada as ações da Amazon terem desvalorizado 7,98%, um valor, ainda assim, menos negativo quando comparado com empresas como a Apple (9,88%), a Microsoft (9,48%), o Facebook (9,30%) e a Alphabet (8,2%). Torna-se assim evidente que também o sector tecnológico está a sentir os efeitos da pandemia de coronavírus em diversas frentes.
Em Portugal, e de acordo com as últimas informações divulgadas esta segunda-feira, existem já 331 casos confirmados, no mesmo dia em que se confirmou a primeira morte devido ao novo Coronavírus. Face aos avanços da epidemia desde o início de março, também as empresas portuguesas estão a evitar viagens e reuniões e a optar pelo teletrabalho.
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