Um ano depois do lançamento do Programa ComércioDigital.pt, a iniciativa está a ser relançada com uma maior presença através das plataformas digitais para continuar a chegar às empresas e ajudar a relançar a economia. O projeto tem o apoio do Governo, através do Ministério da Economia e da Transição Digital, e João Torres, secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor afirmou hoje que “a experiência que temos observado é muito positiva”, mas sublinha que há uma necessidade de adaptação e aceleração da iniciativa fase aos desafios da COVID-19. "Este projeto que é absolutamente estruturante para o incremento da economia e um sector que tem um peso inegável", sublinhou na conferência de imprensa que está a decorrer.
Pedro Siza Vieira, ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, lembrou também o desafio que foi descrito quando o programa foi lançado há um ano, mas adiantou que neste período da pandemia mostrou a necessidade que todos temos do comércio para acesso aos elementos básicos e de conforto. "Sem o digital seria muito mais difícil", afirma.
O objetivo inicial mantém-se, de promover a digitalização de 50 mil empresas portuguesas que ainda não estão na Economia Digital, transformando algumas das iniciativas que estavam previstas no terreno e que passam agora a estar online, através de novo site, uma Academia Digital e a disponibilização gratuita do Selo Confio.pt e de um diretório de empresas de comércio eletrónico.
O programa vai continuar a oferecer o Voucher 3 em 1 para criação de um domínio, um site e contas de correio eletrónico, benefícios alargados agora com a oferta da certificação e do selo Confio.pt durante um ano, mas na transformação para o digital é a componente de formação que ganha mais destaque, com vários cursos gratuitos disponíveis na Academia Digital, e a realização de Webinares online.
João Torres sublinha que depois deste primeiro passo de entrada no digital o Governo quer avançar com medidas complementares com benefícios e apoios diretos para quem consiga vender através das plataformas digitais, desde que tenha associada uma cadeia logística.
Estas medidas estão mais claramente inscritas no programa Comércio.pt que foi integrado nas medidas de relançamento da economia, com ferramentas para apoiar as empresas.
"A ideia do Comerciodigital.pt não é enfraquecer o comércio de proximidade, é tornar mais forte", esclarece João Torres, dizendo que o Governo quer universalizar as oportunidades que estão a surgir.
Mudança de comportamentos que vai acelerar
Durante estes meses de confinamento registaram-se algumas mudanças de comportamento dos consumidores mas também de posicionamento das empresas, que em muitos casos não estavam preparados para este desafio. Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI, explica que este período de confinamento devido à COVID-19 alterou a forma como os consumidores utilizam a internet, com maior recurso às compras online, ao homebanking e aos serviços online.
“Há mais portugueses a usar o digital e a fazer compras online”, refere o presidente da ACEPI sublinhando que houve também uma transição em termos de maturidade, com os utilizadores básicos a desenvolverem competências mais avançadas de acesso a mais serviços, e a comprar mais em sites nacionais.
Do lado das empresas houve necessidade de preparar as operações, com a área alimentar e a eletrónica a crescer muito neste período. “Houve um aumento da oferta digital portuguesa e o desenvolvimento do comércio eletrónico de proximidade, com o aparecimento de market places sectoriais e mais comerciantes a disponibilizar pagamentos eletrónicos”, sublinha.
"Todas estas tendências vão prolongar-se depois desta crise", reconhece Alexandre Fonseca, lembrando que é muito importante reforçar as competências digitais, umas das áreas em que Portugal continua abaixo da média europeia.
João Vieira Lopes, Presidente da CCP, lembrou que a área de comércio e serviços emprega mais de 1 milhão de pessoas, e defende que o programa ComercioDigital.pt pode ser um salto qualitativo para consolidar o comércio de proximidade. "O processo não se encerra com este projeto, é uma alavanca para avançar nesta área e contribuir de forma decisiva para a modernização do sector com uma oportunidade única que a crise anterior e esta nos trouxeram", explicando que nas crise se atrai para o negócio sectores mais jovens e o rejuvenescimento do tecido empresarial é um ganho qualitativo para o país, mas que é preciso dar continuidade à iniciativa.
Nota da redação: A notícia foi atualizada com mais informação depois da conclusão da conferência de imprensa. Última atualização 12h40
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