As expectativas são altas e o lançamento do Xiaomi 13T, que decorreu esta semana em Berlim, pode colocar a marca de smartphones numa trajetória de ataque ao segmento premium, onde até agora tem pouca representação. Em entrevista ao SAPO TEK, Tiago Flores, diretor da Xiaomi para Portugal, explica a estratégia e a visão da empresa.
“Depositamos muitas expectativas no Xiaomi 13T porque o nosso caminho na gama de entrada e gama média está a ser feito de forma acelerada”, adianta, lembrando que em Portugal a marca tem um comportamento muito superior à performance do mercado. “Crescemos no mercado estagnado e se calhar, no final deste ano, seremos a única marca a ter equipamento com preços entre os 99 e os 1.000 euros e queremos continuar a oferecer ao consumidor estes segmentos de preço”.
Este é um mercado maduro, mas Tiago Flores afirma que a Xiaomi lidera em vários segmentos e subsegmentos até aos 450 euros, e quer continuar a trazer mais smartphones com especificações reforçadas para esta gama de preços. “Um exemplo disso é que lançámos recentemente o Redmi 12 com um valor próximo dos 200 euros”, sublinha.
Agora a marca aponta para uma fasquia acima. “O Xiaomi 13T é muito importante porque sabemos que para desenvolver o mercado de mobile temos de estar no segmento premium e é este é um segmento muito específico, com consumidores muito exigentes e por isso temos de dar sempre o nosso melhor em termos de produtos, antecipar tendências e tecnologias”, afirma Tiago Flores.
Veja as imagens do novo Xiaomi 13T e 13T Pro
O novo smartphone é visto como uma porta importante para a gama premium. Depois de ter construído a marca e a experiência até 400 euros, a proposta do Xiaomi 13T com experiência Full Leica e a tecnologia de costumização de imagem podem ser fatores diferenciadores. “A nível tecnológico [os Xiaomi 13T] incorporam os melhores processadores e trazemos configurações que não são normais neste segmento, ou seja, queremos dar um pacote total ao consumidor que não fique limitado por estar a fotografar com alta resolução ou a filmar com 8k e depois não ter memória”.
Tiago Flores aponta ainda a experiência de ecrã e carregamento ultra rápido dos novos modelos como fatores relevantes na proposta de valor. “Queremos que o Xiaomi 13T seja a nossa rampa de lançamento neste segmento, que no próximo ano trará novos equipamentos e que em 2024 consigamos também adicionar ao que já fazemos na média gama, com uma proposta de valor interessante”, explica Tiago Flores.
A expectativa é que “este segmento irá certamente ocupar já no Q4, 10% das nossas vendas de smartphones, e que será um passo decisivo que para o próximo ano seja uma afirmação cada vez maior no segmento premium”, adianta o diretor da marca para Portugal.
“Nos últimos 3 anos o Xiaomi 13T é o que tem o maior ADN Xiaomi com o expoente máximo de tecnologia mobile a um preço muito justo e muito competitivo”, afirma Tiago Flores.
No início deste ano a Xiaomi anunciou o Xiaomi 13 Ultra, com um preço próximo dos 1.500 euros, mas a empresa trouxe poucas unidades para o mercado europeu. “Tinha uma experiência superior ao 13 Pro e estava mais dedicado ao mercado interior da China, e tivemos muito poucas unidades por isso nunca tivemos uma avaliação muito correta do potencial. Teve um ciclo de vida relativamente curto”, explica.
Questionado pelo SAPO TEK, Tiago Flores admite que a Xiaomi vai trazer mais produtos nessa gama de preço, “mas um produto diferenciado”, sublinha, admitindo que serão os modelos dobráveis. “Como marca que tendencialmente escuta muito o consumidor antes de lançar os equipamentos. temos esta experiência na China. Este é o terceiro ano em que lançamos o dobrável [MIX Fold] no mercado doméstico. Queremos testar mas temos muito expectativa de que em breve podemos lançar noutros mercados”.
Ecossistema Xiaomi em crescimento
Para além dos smartphones, a gama de equipamentos conectados da Xiaomi continua a crescer, e também a base de utilizadores. A empresa conta com mais de 600 milhões de utilizadores em todo o mundo e Tiago Flores lembra que outro indicador muito importante é o número de equipamentos ligados por utilizador, que é de 5 e está a crescer.
A estratégia passa por apostar em 4 famílias de produtos, wearables, TVs, aspiradores robóticos e mobilidade, e o diretor da Xiaomi em Portugal diz que a oferta vai ser alargada nestas áreas.
Para já a TV tem um peso de 24% do negócio do ecossistema, enquanto a aspiração robótica já vale 20% e a mobilidade 14%.
“No total, a área do ecossistema vale 40% do negócio, enquanto os smartphones valem 60%”, explica Tiago Flores. O objetivo agora é equilibrar as duas áreas. “queremos que em 2 anos atingir os 50/50. O objetivo é um equilíbrio entre os 2 negócios trazendo mais equipamentos conectados e mais inovação”, sublinha o diretor da empresa, mostrando-se confiante.
“Acreditamos que temos um papel importante nesta área porque temos uma grande base de utilização e permanente feedback dos consumidores sobre a experiência. Acredito que será uma área de grande de procura e os números dizem que, ano após ano, há mais utilizadores de equipamentos não smartphones ligados à internet e por cada utilizador há mais equipamentos ligados”, justifica.
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