A Comissão de Mercados de Valores Mobiliários dos Estados Unidos terá reaberto uma investigação contra a Neuralink, a empresa de implantes cerebrais fundada por Elon Musk, e ameaça seguir com outros processos contra o multimilionário.

A informação tornou-se pública depois da divulgação pelo próprio de uma carta enviada à SEC pelo seu advogado, onde acusa o organismo de perseguir Musk e revela detalhes sobre os fundamentos das suspeitas levantadas.

Na carta também se refere que a SEC terá dado 48 horas a Elon Musk para aceitar um acordo, associado a um pagamento financeiro de valor não revelado, para pôr fim aos processos pendentes.

O advogado sugere que há uma campanha orquestrada contra Musk, que dura há seis anos, e exige saber se a referida campanha é dirigida pelo regulador, ou pela própria Casa Branca. Também refere que as ações da SEC estão longe de ter como intuito apenas apurar a verdade.

No leque de negócios que têm estado na mira da SEC destaca-se também a compra do Twitter, que agora é X, e que se supõe seja a investigação - ou uma das investigações - visada pelo ultimato para um acordo. Em causa, como foi tornado público na altura, está a forma e o timing do anúncio da compra da rede social e o impacto que isso pode ter tido no preço das ações da empresa, á data cotada.

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Na mesma carta, o advogado Alex Spiro revela ainda que recentemente foi intimado a depor, no âmbito das investigações em curso, mas que recusou fazê-lo.

Recorde-se que em 2023, a ONG Physicians Committee for Responsible Medicine liderou um pedido enviado à SEC para investigar Musk e a Neuralink, alegando que a empresa comunicava com o mercado de forma enganosa. A Neuralink tem vindo a desenvolver implantes que ligam o cérebro a um computador, com a promessa de criar uma interface capaz de ajudar pessoas com problemas neurológicos a recuperaram capacidades que foram perdendo.

A carta foi divulgada por Elon Musk no seu perfil na X em tom irónico, com a mensagem: “oh Gary como podes fazer-me isto?”. Gary Gensler é o presidente da SEC, já em fim de mandato. Donald Trump, que regressa à Casa Branca em janeiro, já anunciou um novo nome para ocupar o cargo.