O governo do Reino Unido anunciou esta semana que vai construir o primeiro "aeroporto espacial" da Europa na península de A'Mhoine, na Escócia. A região tem poucos habitantes, é longe de quaisquer centros urbanos e situa-se muito perto do Mar do Norte. A Agência Espacial do Reino Unido vai investir cerca de 2,5 milhões de libras na plataforma de lançamento vertical.
A responsável pela construção desta estrutura será a Highlands and Islands Enterprise. A construtora afirmou que vai trabalhar em parceria com algumas empresas especializadas em tecnologia espacial para concretizar este projeto. Uma dessas empresas é a norte-americana Rocket Lab.
Note que a Agência Espacial Europeia já tem um "aeroporto espacial", mas este fica na Guiana Francesa. Também Portugal se está a posicionar para transformar os Açores numa plataforma de lançamento de satélites.
O investimento britânico neste sector deverá avolumar-se durante os próximos anos, uma vez que o Reino Unido será arredado de muitos projetos espaciais comunitários depois de consumado o processo de desagregação da União Europeia, conhecido como Brexit. Para este mercado, um dos projetos desenhados pelo governo britânico consiste na construção do primeiro centro comercial de formação para astronautas.
Em adição, existem também planos para que seja depois construída uma segunda plataforma de lançamento vertical. Algumas das localizações possíveis incluem o País de Gales e o condado da Cornualha. O investimento deve-se a uma estimativa da agência espacial britânica, que prevê que o mercado de lançamento de satélites privados possa valer cerca de 3,8 mil milhões de libras à economia britânica ao longo dos próximos 10 anos.
Em 2020, o aeroporto espacial escocês já deverá estar em funcionamento.
Na sequência desta notícia, a Virgin Orbit anunciou que vai ser a primeira empresa a lançar um veículo espacial diretamente do Reino Unido. A empresa planeia que o voo aconteça em 2021.
Em vez de lançar um foguetão diretamente da Terra, a Orbit quer fazer descolar um avião modificado que tem capacidade para atingir as mesmas altitudes alcançadas por alguns dos satélites que flutuam na órbita terrestre. Uma vez no espaço numa altura considerável, o avião vai desacoplar o foguetão Launcher One, que seguirá em direção ao espaço.
Na prática, isto significa que a empresa não necessita de uma infraesturura especial para lançar o seu foguetão, o que lhe dará mais flexibilidade para operar o seu serviço de turismo espacial.
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