
Numa longa batalha jurídica, de cerca de cinco anos, com os sindicatos de trabalhadores no Reino Unido, a Uber perdeu em fevereiro o seu terceiro e último apelo da revindicação dos condutores sobre a sua classificação no estatuto de trabalhador. O Supremo Tribunal decidiu a favor dos motoristas, referindo que estes são funcionários da Uber, passando a usufruir de direitos como o ordenado mínimo, férias pagas e descontos para a reforma.
Ao todo, 70 mil motoristas passam assim ao estatuto de trabalhadores da Uber e a receber os respetivos benefícios. Este acerto com os motoristas vai aumentar a despesa da Uber, e a mesma já ajustou as suas previsões até ao fim do ano, mantendo-se lucrativa. A empresa de mobilidade, que contribuiu com 6,4% da mobilidade do Reino Unido no quatro trimestre de 2020, refere que esta nova direção não se vai refletir em aumentos dos serviços.
Sobre a decisão do Supremo Tribunal, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, refere que a empresa poderia continuar a disputar os direitos dos motoristas em qualquer uma destas proteções no tribunal, mas que, no entanto, decidiu “virar a página”. O líder da empresa reconhece que os motoristas têm razão, esperando que o caminho escolhido mostre a sua vontade em mudar.
Segundo a CNBC, a Uber tem gasto milhões em batalhas legais em todo o mundo sobre a situação profissional dos motoristas, havendo mudanças das leis que classificavam os trabalhadores como contratos independentes. Até agora, a empresa vinha a contornar a situação, pagando alguns benefícios, mas sem garantir todo o estatuto de empregado aos motoristas. Resta agora saber se a situação no Reino Unido será expandida a resto do mundo.
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