Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,32%, o tecnológico Nasdaq perdeu 2,43% e o alargado S&500 cedeu 1,43%.
Desde a abertura que a sessão viveu em ambiente negativo marcado pela desvalorização da Alphabet, que acabou em baixa de 9,60%, sancionada por ter falhado a expectativa dos analistas relativa às suas atividades de cloud computing.
Esta área da atividade pesa um pouco mais de 10% do volume de negócios desta holding, que tem entre os seus ativos a Google. Depois de apresentar uma progressão homóloga [face ao mesmo período do ano anterior] de 28% da faturação no primeiro e depois no segundo trimestre, a Alphabet apresentou agora uma taxa de crescimento inferior (22%) no terceiro trimestre.
O seu diretor-geral, Sundar Pichai, indicou que alguns clientes da Google tinham reduzido as suas despesas na cloud, dado o contexto económico incerto.
Estes números contrastam com os da concorrente Microsoft, que acelerou na cloud. "A Microsoft fez melhor do que esperado na cloud, mas os investidores escolheram seguir os comentários da Google", observou Steve Sosnick, da Interactive Brokers. "Isto diz muito sobre a psicologia" da praça nova-iorquina, comentou.
O analista recordou que a Tesla tinha conhecido uma situação similar à da Alphabet há uma semana, quando fechou a recuar 9,3%, depois de também ter desiludido os investidores.
"Quando se tem um pequeno grupo de ações que determinam o curso do mercado, com capitalizações muito elevadas, quando não correspondem às expectativas existe o risco de arrastarem todo o mercado para baixo", detalhou Steve Sosnick. Por outro lado, acrescentou, "o mercado obrigacionista também não ajudou" os índices bolsistas.
Depois de um alívio no início da semana, os rendimentos obrigacionistas subiram. Os das obrigações do Estado federal norte-americano a 10 anos aumentaram para 4,94%, dos 4,82% da véspera.
Os investidores também não valorizaram por aí além a eleição do novo presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson. "Em teoria, isto deveria reduzir alguma incerteza no mercado, mas não foi isso que aconteceu", comentou Steve Sosnick. "Isto diz bem que continua a existir muito nervosismo. O Congresso ainda tem muito trabalho".
O Congresso dos EUA tem de aprovar o orçamento para o ano 2024, que já começou, uma vez que decorre entre 01 de outubro e 30 de setembro, até 17 de novembro, sem o que o governo federal fica sem fundos, o que o obrigará a fechar serviços e agências, situação que se designa por shutdown.
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