Durante o Innovation Summit, a decorrer em Barcelona, um evento onde a Schneider Electric faz um balanço da atividade e apresenta novos projetos de inovação, a imprensa portuguesa teve oportunidade de conversar com João Rodrigues, Country Manager da Schneider Portugal e compreender a importância do mercado nacional na estratégia da tecnológica.

O responsável por Portugal destacou a presença da comitiva portuguesa, composta por cerca de 300 clientes, que chegaram ao país através de charters fretados pela empresa, entre eles ligados a diferentes áreas de negócio, como as cadeias de vendas, IT e diversos especialistas que estiveram no certame para apresentar as suas soluções tecnológicas. João Rodrigues salientou o feedback muito positivo, cabendo agora à Schneider dar continuidade a essa relação e aos projetos iniciados.

Questionado sobre o crescimento em Portugal, o líder português não referiu números, mas que este está em linha com o aumento dos resultados da Europa (2-3%), que por si é um mercado consolidado e com menos potencial de crescimento do que outras regiões, como por exemplo a China. “O mercado em Portugal é favorável. Construímos um novo Portugal, e o nosso país está na moda, não apenas como destino turístico, mas no que diz respeito a inovação, com muito movimento das startups e que nos devemos orgulhar”.

“O grande desafio que estamos a lançar aos nossos parceiros é tirar o melhor partido da energia, com base no digital, “que é a tecnologia que nos vai permitir conduzir e levar para a frente novas soluções para velhos problemas”. Segundo João Rodrigues, a tecnologia digital está em todos os sectores e soluções, permitindo pela primeira vez, colocar na nossa mão, a condução de um problema que é de todos, que são as transformações climáticas, com base em verdadeiro conhecimento. “Queremos gerar dados para gerar novo conhecimento”, salienta.

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tek Schneider electric João Rodrigues, Country Manager de Portugal da Schneider Electric.

O executivo refere que atualmente o tema da moda e cliché é a sustentabilidade e o IoT, “mas há que ter consciência e colocar em prática esses termos no dia-a-dia”. E nesse sentido, embora Portugal seja um mercado muito pequeno, destaca que tem muito potencial: “a nossa dimensão dá-nos uma maior agilidade”, reconhecendo ser um otimista por natureza. “No digital, esse tamanho traduz-se em maior eficiência, mas temos de ter a humildade de pensar que ainda há muito que temos de fazer e aproveitar sempre as oportunidades. Mas fizemos progressos e temos projetos em Portugal com base na melhoria de vida das pessoas que depois introduzimos na Schneider”.

Tubo de ensaio em Portugal

O executivo refere que Portugal é um país-piloto na implementação de projetos, dando o exemplo da introdução dos novos domínios dos endereços da empresa na internet. O país é favorável para ser uma espécie de tubo de ensaio de soluções porque “a empresa sabe que somos admissíveis à mudança”.

Respondendo sobre a pegada da Schneider em Portugal, João Rodrigues salienta o compromisso da sustentabilidade: “tínhamos tomado para nós próprios o compromisso de até 2030 utilizarmos apenas energias verdes, mas achámos que seria demasiado tempo e vamos tentar antecipar em cinco anos esse compromisso, aplicando-se a fábricas, centros logísticos, espaços comerciais e escritórios, como princípios da estratégia da sustentabilidade”.

O CM da Schneider em Portugal destaca a personalização dos datacenters para os seus clientes, muitos deles tinham soluções inteiramente na cloud. O SAPO TEK confrontou a oferta de data centers físicos, quando empresas como a Google vendem serviços na cloud desmaterializando os servidores e as necessidades logísticas e de espaço tradicionais no sector. João Rodrigues não vê a Google como concorrente e vê o segmento como tendência: “não lutamos contra tendências”, justificando que a empresa não está a desenvolver nenhuma plataforma própria e autónoma de soluções IoT, mas sim a utilizar soluções do mercado.

“Nós ajudamos a construir data centers, não temos os nossos próprios data centers”, destacando que o futuro está na necessidade do cliente, que é a chave para escolher se quer uma cloud centralizada, híbrida, adotar micro data centers junto às suas instalações e a comunicar com um único data center centralizado. “Muitas vezes até ajudamos os clientes a desmaterializar as suas instalações, seja os equipamentos específicos”.

Por fim, questionado sobre como é que a Schneider vai ajudar as redes a evoluir, João Rodrigues afirma que apesar de não adivinhar o futuro, o gestor afirma que a transição energética não vai ser feita de um dia para o outro. “Há uma transição em curso, o que nos permite uma aprendizagem. Por exemplo, capturar a energia durante o dia, e utilizar de noite”. E a evolução vai ser acompanhada com novos equipamentos, edifícios, parques de estacionamento e mesmo a tecnologia de armazenamento continua a evoluir, afirmando que a Schneider está a desenvolver conhecimento em storage.

“Por vezes, não competir com a concorrência quando tem maior tecnologia, o mais inteligente é fazer parcerias com os mesmos e obter os respetivos benefícios. O que fazemos bem, queremos continuar a melhorar, mas se o mercado estiver a fazer algo melhor que nós, teremos de ter a capacidade de os integrar”.

Nota de redação: O SAPO TEK viajou até Barcelona a convite da Schneider Electric.