A ideia foi partilhada hoje por alguns especialistas na área que estiveram presentes na 2ª Conferência de serviços partilhados, promovida pela eSPap em Lisboa, onde foram apresentados também os casos de implementação nas Universidades, nos Hospitais de Coimbra e na Câmara de Sintra.

Edwin Lau, chefe da divisão de reforma do sector público da OCDE, lembra que os serviços partilhados devem ser eficientes mas também efetivos, e aponta várias estratégias para que a implementação das estratégias resultem de forma clara em benefícios, que vão além da redução de custos.

Os exemplos de Espanha, Canadá e Reino Unido foram usados para indicar formas de implementação que, embora diferentes, tiveram sucesso. Mesmo não conhecendo muito bem a estratégia portuguesa, implementada através da eSPap, Edwin Lau admitiu ao TeK que o que ouviu na conferência de hoje indica que o caminho seguido e positivo, até porque há o envolvimento de várias entidades públicas e privadas e a capacidade de ouvir os problemas e necessidades de cada uma delas, o que faz parte das principais recomendações da OCDE.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico está a desenvolver um relatório onde vai analisar as principais áreas de inovação nos serviços partilhados, com especial enfoque nas pessoas, informação, reavaliação de processos e da forma como interagem. Já foi crido um observatório especial para a inovação no sector público, que é uma das ferramentas a serem usadas por qualquer utilizador interessado na matéria. 

De qualquer forma o responsável por este sector na OCDE lembra que este é um caminho que se vai fazendo de forma aberta e com reavaliação permanente dos passos já dados, avançando com a imagem de uma ponte que está a ser construída à medida que se atravessa o rio, e que os bons exemplos devem ser partilhados entre todos para se ganhar experiência.

Na mesma linha Thomas Elston, investigador da Universidade de Oxford, não deixou passar em claro os riscos que existem com más implementações de serviços partilhados, lembrando que alguns se tornam em desastres. Para evitar casos negativos as organizações devem avaliar eficazmente os custos e o impacto na capacidade de decisão, mas também evitar erros como a duplicação funcional ou o enfoque apenas na redução de custos.

Ouvir as pessoas e as entidades envolvidas nos processos é outro dos conselhos deixados pelo investigador, que elogia igualmente a diversidade de parceiros e casos presentes na conferência da eSPap.

Na conferência foram apresentados os casos do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, da Câmara Municipal de Sintra e das Universidades portuguesas, entre outras entidades que integraram vários painéis de debate.