Sines foi a cidade escolhida para a instalação e desenvolvimento de um campus de Hyperscaler Data Centre, um megacentro de dados com capacidade até 450 MW. O projeto Sines 4.0 é da start campus, uma empresa detida pela americana Davidson Kempner Capital Management e a britânica Pioneer Point Partners, e apresenta um volume final de investimento até 3,5 mil milhões de euros.

É referido que o projeto vai criar até 1.200 pontos de trabalho diretos altamente qualificados, e pode gerar até 8.000 empregos de forma indireta até 2025. Sines passa assim a albergar um dos maiores campus de centros de dados da Europa, dando resposta à crescente procura de grandes empresas internacionais fornecedoras de serviços de streaming, social media, eCommerce, gaming, educação online, videoconferência, cloud computing, assim como outros de processamento e armazenamento de dados e apps empresariais.

O projeto combina as necessidades da nova era da transição digital, destacando-se a posição privilegiada de Portugal e de Sines, “contribuindo significativamente para uma transição energética de Portugal. Destaque ainda para o objetivo de o campus representar uma pegada de carbono líquida zero, garantindo preços de energia competitivos a nível global, segurança, estabilidade e claro, compliance na segurança dos dados.

O Sines 4.0 inclui a construção de cinco edifícios com capacidade total de 450 MW de energia aos servidores, correspondendo a 90 MW cada um. As instalações vão ficar localizadas nos terrenos contíguos à Central Termoelétrica a Carvão de Sines, que foi recentemente encerrada. Vai beneficiar da sua localização estratégica com sistemas de refrigeração com água do mar, o acesso à rede elétrica de alta tensão e conetividade através da ligação aos cabos de fibra ótica internacionais.

Em declarações à Lusa, o primeiro ministro António Costa, defendeu hoje que o projeto para instalar um megacentro de dados global em Sines é “o exemplo de excelência” de que a transição digital e energética devem andar aliadas. Este é “um exemplo de excelência de que a transição digital e energética são mesmo uma transição gémea e têm de andar mão na mão, uma com a outra”. O chefe do Governo discursava na cerimónia de apresentação do projeto de um megacentro de dados global a instalar em Sines pela empresa de capitais anglo-americanos "start campus".

Para António Costa, estas transições “não são uma ameaça ao desenvolvimento económico, nem à criação de emprego”. “São pelo contrário uma oportunidade extraordinária para um desenvolvimento económico mais sustentável e para a criação de emprego de melhor qualidade e emprego mais qualificado”, realçou.

Com início de construção previsto para 2022, envolvendo 900 pessoas numa primeira fase e até 2.700 no total, o Sines 4.0 deverá inaugurar, no final de 2023, o primeiro dos cinco edifícios projetados.

Nota de redação: notícia atualizada com as declarações de António Costa. Última atualização 15h37.