Belmiro de Azevedo reafirmou hoje em conferência de imprensa que a Sonaecom não pretende rever o preço da contrapartida na Oferta Pública de Aquisição sobre a Portugal Telecom.
"Onze meses depois o que está em causa do ponto de vista da Sonae é a proposta de valor do projecto […] que pretendemos cumprir por ser uma proposta credível e de suporte financeiro adequado".
O patrão da Sonae considerou ainda que, face aos resultados operacionais da PT, o preço justo da oferta seria ainda inferior aos 9,5 euros oferecidos. Olhando para estes indicadores Belmiro de Azevedo considera que o preço justo da oferta seriam 8,7 euros. Em comunicado a empresa nota que a média ponderada do valor das acções da PT nos seis meses anteriores ao lançamento da OPA (Fevereiro de 2006) era de 7,87 euros.
O empresário acredita que ao longo dos onze meses em que se vem desenrolando o processo da OPA foram mais as razões para rever em baixa do que em alta o preço da oferta.
Os 9,5 euros oferecidos estão "de acordo com o enquadramento e valor económico da empresa em causa", acrescenta. Considerando que o preço das oferta avalia a PT acima dos múltiplos actuais de cotação.
Durante a sua intervenção Paulo Azevedo recordou por diversas ocasiões o valor do projecto face à necessidade de introdução da concorrência "em toda a cadeia de valor do sector" das telecomunicações em Portugal. O responsável chegou a afirmar que a Portugal Telecom "não tem credibilidade para se assumir como defensor da concorrência".
No encontro a Sonaecom voltou a sublinhar os seis pilares da sua estratégia para a PT que passam pela criação de uma estrutura accionista forte, pelo reforço da capacidade para competir no mercado interno, pela aposta em parcerias internacionais e pela escolha do mercado móvel como pilar de suporte à estratégia global da empresa. Esta lista fica completa com a aposta na I&D e com a preocupação em acomodar as preocupações do Governo.
O melhoramento da qualidade dos serviços e a quebra de preços associada é uma das promessas da Sonaecom que defende a sua proposta ao afirmar que esta "é boa para o país, consumidores, colaboradores, empresas" e outros intervenientes no processo. Paulo Azevedo afirma que a sua empresa tem capacidades para a criação de "um grupo de telecomunicações com controlo accionista português a longo prazo e sustentável no estrangeiro", devido à sua "tradição em estratégias de internacionalização".
Sobre os planos de redução de pessoal, a Sonaecom reitera o que já afirmava no prospecto definitivo da operação, onde defende que poderá vir a efectuar menos despedimentos do que o previsto pela administração da PT, valorizando o "potencial humano" dos colaboradores.
Questionado acerca da rejeição da proposta pela administração da PT, Belmiro de Azevedo respondeu que "pedir mais dinheiro é uma obrigação", considerando razoável a resposta do grupo liderado por Henrique Granadeiro. Mesmo assim, a oferta mantém-se, sendo positiva para os accionistas uma vez que "constitui uma certeza face ao modelo apresentado [pela PT]" e vem introduzir padrões elevados e garantias de maior investimento, não só em capital humano como nos segmentos tecnológicos e de investigação.
A apresentação de hoje está na mesma linha daquilo que havia sido apresentado há 11 meses, com a Sonaecom a ter a "mesma convicção" e a certeza que será benéfica para todos os envolvidos no processo já que, "evita que a PT seja adquirida ou integrada num grupo internacional", o que "será de prever caso os resultados apresentados se mantiverem", justificou Paulo Azevedo.
Nota de Redacção [19:01]: A notícia foi actualizada com mais informação da conferência de imprensa.
Nota de Redacção [2007-01-16 10:35]: A notícia sofreu uma segunda actualização para clarificar a referência da Sonae ao valor "justo" para as acções da PT. Belmiro de Azevedo tinha referido em conferência de imprensa que o valor justo de aquisição era de 8,7 euros, embora no comunicado fosse referenciado o valor de 7,87 euros, referente ao valor médio das acções da PT nos seis meses anteriores à OPA.
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