Assumindo a derrota face ao voto dos accionistas da PT contra a desblindagem dos estatutos – necessária para que a Oferta Pública de Aquisição lançada sobre a PT pudesse prosseguir – a Direcção da Sonaecom emitiu ontem ao final da tarde um comunicado à imprensa onde que reconhece que ainda assim “para os consumidores, é ainda possível extrair algum benefício de todo este longo processo”.

Mesmo sem ilusões, que afirma não ter, a administração da empresa salienta que “a administração da PT viu-se forçada a fazer algumas promessas que, desde que cumpridas
pelos meios adequados, permitirão introduzir mais concorrência no mercado das
telecomunicações em Portugal”, sublinhando que essa responsabilidade cabe ao Governo, de forma especial, e aos reguladores.

A vigilância do cumprimento das promessas avançadas pela Administração da PT é um dos principais pontos do comunicado. “Exigiremos dos reguladores e do Governo o desempenho de uma rigorosa tarefa de fiscalização dos processos necessários para se operar a separação total de redes, a separação vertical no âmbito da rede fixa abrangida pela concessão pública e a criação de concorrência no acesso aos conteúdos”, factores que estão desde o início na agenda da empresa de telecomunicações.

O maior enfoque é colocado sobre o papel do Governo, que “tendo preferido o
outro projecto, assumindo que as vantagens para os consumidores seriam em qualquer caso
alcançadas, fica publicamente ainda mais comprometido”, diz o mesmo documento.

Apesar de tudo a administração de Paulo Azevedo não desiste da convicção de que o projecto que defendeu era o melhor. “Do ponto de vista da criação de valor para os accionistas da PT, para os consumidores e para o país, a nossa proposta era seguramente a melhor”.

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