Atuando na área da requalificação profissional, esta startup portuguesa apresenta-se como uma empresa "que vende empregos a pessoas desempregadas ou 'mal empregadas' e ao mesmo tempo desafia o status quo dos modelos de educação existentes".

Na Alphappl os estudantes são chamados de recrutas, devido à vertente paramilitar no domínio das soft-skills, e o método de ensino assenta na aprendizagem de uns com os outros, referiu Hugo de Sousa, CEO, ao TeK, "com base em conteúdos de Harvard e da Microsoft entre outros grandes players da indústria das tecnologias".

Aqui formam-se futuros programadores, mas se de momento a matéria lecionada está relacionada com o desenvolvimento de software (Microsoft, Outsystems, Java, Genexus, etc), a intenção a curto prazo é passar a incluir também a parte das infraestruturas, nomeadamente a Cloud.

A empresa está a preparar as próximas formações e à procura dos 500 "recrutas" que irão c criar os seus futuros "pelotões". São pelo menos 500 vagas disponíveis para inscrição que darão origem a cinco turmas em simultâneo e por trimestre em 2015: três em Lisboa, uma em Óbidos e uma no Porto, as regiões em Portugal onde a Alphappl marca presença.

"Ao contrário das entidades que aplicam modelos de formação "normais" na Alphappl uma pessoa pode estar a praticar/aprender o tempo que necessitar. Se precisa de três meses faz o programa em três meses e se precisar de seis então faz em seis e não tem custos acrescidos", explica Hugo de Sousa.

O programa de formação tem um custo de cerca de 3.000 euros, mas tal valor só é pago na totalidade pelos "recrutas" se for conseguido o almejado emprego. Quem não conseguir arranjar trabalho paga apenas 30% do valor, durante a fase de preparação.

Um investimento reduzido, na opinião do CEO. "Ninguém pratica este modelo em Portugal. Já imaginou uma universidade que só recebe propinas se arranjar emprego aos alunos? Mudava tudo".

Entre requalificados e em fase e requalificação, a Alphppl soma até agora um total de 142 pessoas, divididas entre Lisboa, Óbidos e Porto, ultrapassando as 100 que se tinha proposto atingir inicialmente.

Das 49 pessoas que já concluíram o programa, há atualmente 35 pessoas empregadas, o que coloca a taxa de sucesso atual nos 71%. "Contamos até ao final do ano que estejam quase todos empregados face ao estado avançado de entrevistas em que os não empregados estão".

Os resultados conseguidos superaram as expectativas. "Tendo em conta que começámos sem apoio financeiro numa sala emprestada e agora estamos em três cidades em Portugal e na capital da Roménia, Bucareste, claramente que estamos satisfeitos".
Mesmo perante "a dificuldade de enfrentar a mentalidade da maior parte dos recrutadores que não vê nos recém-requalificados uma solução para colmatar a falta de juniores vindos das universidades e escolas profissionais", acrescenta o responsável.

Altran, Finesource, Gfi, Infosistema, Innovagency, Portugal Telecom e PrimeIT são algumas das empresas onde a Alphappl já colocou os seus "recrutas".

As candidaturas ao programa de formação da Alphappl fazem-se online ou através do endereço de email apply@alphappl.com, mas os interessados só entram depois de passarem por um processo de seleção. "Só queremos pessoas que queiram mesmo entrar nas TI", sublinha Hugo de Sousa.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico