A 2 de fevereiro de 2012 nascia na Rua da Prata, número 80, a Startup Lisboa: uma incubadora que prometia recriar na cidade um ecossistema empreendedor à imagem dos melhores hubs internacionais, acelerando e potenciando o crescimento de negócios inovadores, e atraindo e afirmando o talento nacional e internacional.

Fundada a partir do Orçamento Participativo de Lisboa, pela Câmara Municipal de Lisboa, Associação Mutualista Montepio e IAPMEI, constituiu-se como uma associação privada sem fins lucrativos e com uma missão muito clara que se mantém até hoje: “ajudar as startups nos seus primeiros anos de vida a desenvolverem-se, a escalarem e a atraírem investimento”.

Dez anos depois, a Startup Lisboa soma mais de 400 startups incubadas, selecionadas de um universo de mais de 4.500 candidaturas, e mais de 250 projetos apoiados nos diferentes programas de aceleração e outras iniciativas. Juntos representam mais de 4.500 postos de trabalho criados, valor que aumentou 200% nos últimos cinco anos.

A internacionalização da comunidade é também um dos fatores a realçar, com 37% das startups apoiadas sendo compostas por equipas mistas ou estrangeiras na sua totalidade.

“O ecossistema empreendedor de Lisboa é cada vez mais cosmopolita e internacional e os números de startups lideradas por fundadores estrangeiros que procuram a capital para desenvolver e expandir os seus negócios são a melhor expressão disso”, sublinha Miguel Fontes

O investimento internacional angariado pelas startups do portfólio da Startup Lisboa mais do que quadruplicou em cinco anos, face aos primeiros cinco de vida.

Hoje regista-se um global de 340 milhões de euros em capital de risco levantado pelas startups incubadas, volume que em 2017, quando a Startup Lisboa completou cinco anos, se situava nos 80 milhões de euros.

Ao nível da sobrevivência das startups, 70% das residentes da incubadora continuam ativas, "o que contraria as estatísticas médias globais que apontam para a 'morte' de nove em cada 10 startups", sublinha-se em comunicado, e 5% fizeram “exit”, ou seja, foram compradas parcialmente ou na totalidade por um ou mais fundadores terem decidido vender a sua quota.

Passados 10 anos, Lisboa tem um dos ecossistemas mais vibrantes e com maior potencial de crescimento em termos internacionais. Lisboa é hoje percecionada por todos como uma cidade mais aberta, inovadora, empreendedora e criativa”, considera Miguel Fontes

Entre os objetivos para o futuro, a Startup Lisboa pretende continuar a missão de apoiar os empreendedores e as startups nos seus processos de desenvolvimento e crescimento.

Coloca entre os seus desafios mais ambiciosos para os próximos anos a conclusão do projeto do Hub Criativo do Beato, onde virá a dispor de um novo espaço de incubação, de 7.000 metros quadrados. A nascer na Fábrica do Pão da antiga manutenção militar, terá como objetivo poder acolher mais startups e garantir que as mesmas passem a dispôr de espaços flexíveis e ajustados às suas dinâmicas de crescimento. Paralelamente, o Hub Criativo do Beato terá outras empresas, numa intenção clara de fazer crescer e promover a inovação aberta e colaborativa.

A Startup Lisboa pretende também trabalhar de forma mais próxima e continuada com as instituições de ensino superior, de modo a promover uma cultura de empreendedorismo, motivando mais pessoas a se juntarem a este ecossistema.

Há igualmente um compromisso firme com a promoção da diversidade, onde o caminho a percorrer ainda é longo, admite Miguel Fontes. “A diversidade de género, de origem social, cultural, entre outras, tem de existir também no empreendedorismo. Parte da nossa missão passa por democratizar o acesso à atividade empreendedora”.