
O Startup Weekend Lisbon já leva algumas horas de trabalho e na manhã do segundo dia do evento os grupos de trabalho já estão definidos e as ideias em desenvolvimento. Existem projetos mais esclarecidos e outros que precisam de mais trabalho.
Para alguns, mais do que as ideias e o concurso em si, o mais importante é estar em contacto com o universo do empreendedorismo e conseguir fazer contactos que no futuro podem ser cruciais no desenvolvimento de uma ideia de negócio.
O TeK, que está a acompanhar a competição, falou com algumas das equipas a concurso e dá-lhe a conhecer três dos projetos que amanhã vão ser avaliados pelo júri.
A cultura como um bem e como um direito
O My International Arts é uma mistura de plataforma online e rede social que pretende agrupar a arte como ainda não foi feito em mais nenhum sítio na Internet. Mais do que imagens, como o DeviantArt ou o Pinterest, a equipa de 12 elementos liderada por Ivan Braz quer-se focar no aspeto social da arte.
Para isso vão trabalhar para que a plataforma suporte notícias, eventos, ofertas de emprego relacionadas com a área e funcione ao mesmo tempo como um estúdio de produção onde as criações de cada um podem ser acedidas pelo mundo. A ligação social pode ficar mais próxima com a integração de um chat que liga utilizadores comuns aos profissionais da arte.
Quando o projeto for lançado em 14 países, sobretudo a nível europeu e também no Brasil e EUA – pela capacidade de boom que estes mercados representam – o My International Arts quer dar a conhecer o que de melhor se faz na cultura de cada país.
Mesmo que não sejam os vencedores do Startup Weekend, tudo parece definido e encaminhado para que o projeto possa continuar: nem o investimento inicial de 30 a 40 mil euros é um impeditivo. A equipa tem feito trabalho em segundo plano e já realizou contactos com a secretaria de Estado da Cultura e com várias embaixadas internacionais.
Ivan Braz admitiu que o risco do projeto é grande pois envolve muitas e diferentes áreas culturais, mas a ideia é mesmo essa, conseguir reunir sob o mesmo teto as diferentes indústrias culturais.
O Farmville da vida real
Esta é a forma mais simples de explicar o conceito da Farm Up, uma plataforma online de gestão e investimento na indústria agícola.
Caso a ideia se venha a concretizar, os utilizadores vão poder disponibilizar e alugar terrenos para práticas agrícolas, podem requerer consultoria e aconselhamento sobre o negócio, podem alugar os equipamentos técnicos e no fim, vão poder vender os produtos. Resumindo, toda a linha de produção e negócio poderia ser gerida e adquirida através do Farm Up.
Focado nos desempregados e nas zonas portuguesas com muitos terrenos para cultivar, como o Ribatejo e o Interior do país, a plataforma agrícola quer deitar abaixo os preconceitos que ainda possam existir relativamente à agricultura.
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Mas não será um grande risco apostar na agricultura numa altura em que o sector dos serviços reina na economia? Na opinião de João Cardoso, líder da Farm Up, estão reunidas todas as condições para que o projeto tenha sucesso. Há mão de obra, há terrenos e há um mercado, o da alimentação, que nunca vai acabar. Além disso, considera a Farm Up, Portugal não é um país autossuficiente mas pode ser.
O one man show da telemedicina
Paulo Vilela diz ter experiência na área do empreendedorismo da telemedicina. Também conhecida como eHealth, o segmento da saúde digital está para crescer, falta saber o timming certo para avançar com as ideias. O empreendedor com formação em Marketing já tentou noutras ocasiões avançar com a ideia, mas desta vez é que lhe parece o momento certo.
O projeto que está a desenvolver quer acabar com a procrastinação de diagnóstico de sintomas, isto é, estar sempre a adiar a ida ao médico quando alguma maleita aparece. A solução passa pela criação de uma plataforma online – uma tendência neste Startup Weekend – que ligue utentes e médicos para uma comunicação e identificação rápida dos problemas de saúde.
“Não queremos substituir as consultas, queremos encaminhar as pessoas para elas”, refere Paulo Vilela. O objetivo também não é construir um call center mas sim uma rede de profissionais de telemedicina preventiva.
Ainda sem preço definido para as “consultas online”, Paulo está consciente de que não pode cobrar muito mais do que os sistemas tradicionais de atendimento clínico. E também já sabe que vai haver uma diferença de preços entre clínica geral e problemas de especialização – mas nos dois casos vai haver uma via de comunicação multimédia que incorpora imagens e videochamada.
E porquê o espetáculo de um só homem? Porque Paulo Vilela está sozinho na Startup Weekend na promoção da ideia. “O que importa é fazer uma apresentação vencedora”, acrescentou o jovem. No plano de desenvolvimento do projeto o conceito de solidão já não se aplica. O projeto está a ser construído com mais pessoas e no evento também já estão a ser cimentadas novas ligações empreendedoras.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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