Durante o terceiro trimestre fiscal findo a 28 de Fevereiro, a Oracle fez 507,9 milhões de dólares (574,9 milhões de euros), ou 9 cêntimos de dólar por acção (10 cêntimos de euro), uma descida de 13 por cento face aos lucros de 582,7 milhões (659,579 milhões de euros), ou 10 cêntimos de dólar por acção (11 cêntimos de euro) obtidos em período homólogo do ano passado.



Os resultados, divulgados ontem, acabaram por ir ao encontro das previsões mais baixas da empresa de software que no passado dia 1 de Março avisou que iria falhar no seu objectivo anterior de apresentar ganhos de 10 cêntimos de dólar por acção.



As receitas trimestrais da Oracle totalizaram 2,23 mil milhões de dólares (2,52 mil milhões de euros), baixando 17 por cento comparativamente ao ano passado. As vendas de licenças de software diminuíram em 30 por cento face ao ano anterior, para os 789,6 milhões de dólares (890,7 milhões de euros), a queda mais acentuada num período de quatro trimestres de baixa consecutiva nas vendas de software.



Embora tenha passado os últimos seis meses a prever que o pior já tinha passado, a empresa admitiu ontem que os maus resultados poderão continuar pelo menos até Maio, sendo provável que se prolonguem para além desse período.



Aquele responsável prevê ainda que as vendas de software durante o último trimestre da Oracle possam cair entre 25 a 30 por cento face ao ano passado.



"As coisas não estão a melhorar", afirmou Jeffrey Henley, director financeiro da Oracle, citado pela Associated Press. "A economia geral pode estar a melhorar, mas na tecnologia está atrasada. Penso que não somos os únicos com esse ponto de vista. Penso que somos um exemplo do que se passa".



Em artigo publicado na edição de hoje do jornal The New York Times afirma-se que um objectivo de recuperação para este trimestre era complicada, pois surgia numa altura em que a indústria do software se deparou com uma diminuição do investimento empresarial em tecnologia - originada pela recessão -, assim como pelo adiamento das compras de novo software por empresas que descobriram que tinham mais aplicações que o necessário.



De qualquer modo, alguns analistas da indústria questionam se a Oracle não se sentirá pressionada no seu negócio de base de dados porque a IBM e a Microsoft aumentaram os seus esforços. Entretanto, com o amadurecimento das aplicações empresariais, os produtos dos vários rivais começam a parecer-se, tornando difícil à Oracle conseguir diferenciar-se, afirmou Eric B. Upin, analista da Robertson Stephens, em declarações ao The New York Times.



Nas aplicações, o director financeiro da Oracle admitiu que a empresa "perdeu algum do seu 'momento'". Uma indicação de que as lutas da Oracle são internas, e não macroeconómicas, é, segundo o analista da Robertson Stephens, o facto das suas empresas rivais terem recentemente anunciado resultados relativamente bons.



Durante os primeiros nove meses do seu ano fiscal, a Oracle ganhou 1,57 mil milhões de dólares, ou 27 cêntimos por acção, (1,77 mil milhões de euros, ou 30 cêntimos de euro por acção) em receitas de 6,83 mil milhões (7,73 mil milhões de euros), abaixo dos lucros de 1,7 mil milhões de dólares (1,92 mil milhões de euros) em receitas de 7,6 mil milhões de dólares (8,5 mil milhões de euros) no ano passado.



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