Durante o Web Summit “The workplace beoyond AI” falou-se no impacto cada vez mais crescente da inteligência artificial nas empresas e como isso afeta o local de trabalho. Quais as necessidades das empresas e como podem os colaboradores adaptar-se à nova realidade. Mas ao mesmo tempo, como a IA pode ser integrada sem que tenha impacto na criatividade e bem-estar dos empregados?
Foram perguntas que surgiram durante a conversa com líderes empresariais que testemunharam impactos diretos que o uso da IA teve no seu workflow. Para Antoni van Huissteden, da TMF Group, modelos como o ChatGPT e o Copilot geram conteúdos preciosos que podem ser utilizados na empresa, além da gestão de dados. Ian Jackson, CEO da Enshored, aponta que no seu negócio, a IA resolveu muitos dos problemas de tradução, na redução de custos quando se necessita de conversar com um cliente, uma espécie de “Babel Fish” futurista.
Mas é preciso olhar um pouco mais para o futuro e compreender onde a IA pode ser utilizada e como isso vai afetar a mão-de-obra. Atualmente vivemos ainda uma espécie de “histerismo” a pensar que a IA vai roubar empregos, quando na verdade antecipa-se que nas próximas décadas a Europa vai perder mão-de-obra. E terá de ser a IA e a robótica a suprimir as necessidades das empresas.
Para Antoni van Huissteden essa ansiedade da introdução da IA não deve existir, porque nunca vai substituir o trabalho, pois o “middleman” tem de continuar a existir. Acredita que os empregos vão mudar, mais cedo ou mais tarde, quando ninguém sabe ainda. Mas deixa o aviso às empresas que ninguém se pode dar ao luxo de não utilizar a IA, porque vai perder a produtividade necessária e com isso a competitividade.
Na empresa de Ian Jackson, a IA ajudou a gerir prioridades na gestão de emails, numa altura em que é cada vez mais difícil de rastrear tudo. E com isso abre-se novas oportunidades para fazer negócio. Fala-se que muitas das tarefas aborrecidas podem ser atribuídas aos modelos de IA e teoricamente abre-se mais tempo para a parte criativa. E no seu caso, diz que antes passava muito tempo a olhar para uma folha em branco quando iniciativa um novo projeto de marketing. Agora, com algumas prompts simples pode obter resultados que sejam inspiradores e que permitam explorar essas novas ideias. E isso pode ser feito com o Copilot ou Gemini.
Falou-se ainda na capacidade da tecnologia de IA e robótica poder aumentar a diversidade nas empresas. Algumas limitações físicas que impediam as pessoas de fazer certas tarefas podem agora ver essa barreira a diminuir. Fala-se também da possibilidade da Europa receber mais emigrantes que desejam abrir pequenas empresas, diminuindo os custos de investimento.
Respondendo aos níveis de satisfação que muitas vezes descem quando se adotam robots ou agentes de IA, Ian Jackson diz que isso pode ser um teste à capacidade de os colaboradores experimentarem e adaptarem-se a outras coisas. Destaca que uma pessoa tem uma vida estável numa empresa, mas pode ter que se reinventar, adaptar-se para aprender coisas novas. Não se pode dizer que a IA rouba o emprego se a pessoa tiver abertura para aprender outras coisas. Mas importa reter, segundo o painel, que as pessoas devem de deixar de pensar em antecipação com a possível ameaça que a IA pode representar para os empregos.
Elementos como a comunicação e criatividade continuam a ser praticamente insubstituíveis pela IA, mas também deve haver curiosidade e interesse em se reinventar. A IA tem vindo a diminuir os custos e já há especialistas a antever unicórnios compostos por apenas uma pessoa que teve uma ideia brilhante. Conclui-se que nas grandes empresas, sobretudo com mais de 12 mil empregados espalhados pelo mundo, pequenas mudanças feitas agora podem ter um grande impacto no futuro. E a velocidade de execução corre bem mais rapidamente agora.
Veja na galeria imagens do Web Summit 2024:
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