Já foi a “Google” da internet. Nos últimos anos, a Yahoo perdeu destaque e mudou de donos algumas vezes, mas o potencial da empresa continua a ser reconhecido por que tem dinheiro para investir em grandes projetos digitais. 

Ativo do grupo Verizon desde 2017, a plataforma vai passar agora a ser detida por um fundo de investimento, que no mesmo pacote comprou a AOL, outro “gigante adormecido” dos primórdios da internet como hoje a conhecemos e usamos. O negócio vai permitir à Verizon, que detinha os ativos, um encaixe de 5 mil milhões de dólares e o fim de uma aventura que nunca foi feliz.  

As duas marcas e respetivas plataformas foram compradas pelo grupo de telecomunicações com o intuito de acelerar a entrada no lucrativo mercado da publicidade online, já que ambas foram pioneiras nessa área e no lançamento de uma oferta alargada de serviços gratuitos de suporte. Email, notícias, informação sobre mercados, metereologia ou leilões online eram apenas alguns dos serviços mais populares da Yahoo no seu melhor que a Verizon quis voltar a afirmar. 

A estratégia não vingou, mas há quem acredite que o potencial continua lá e que Yahoo, fundada em 1994, e AOl (em 1985) continuam a ter os ingredientes certos para gerar valor. Um dos indicadores agora citados por vários meios internacionais, são os dados de utilização dos serviços da Yahoo, depois de anos a competir com rivais que investem agressivamente nas respetivas ofertas. 

Dados apurados pela empresa SimilarWeb mostram, por exemplo, que nos últimos seis meses a Yahoo acomodou 3,8 mil milhões de visitantes, que continuam a usar o agregador de notícias do site e que fazem dele o 11º site mais visto em todo o mundo. O serviço de email da empresa também já foi um dos mais utilizados do mundo, mas o ataque massivo que sofreu em 2014 deixou sequelas, para o serviço e para a notoriedade da própria marca.  Ainda assim, no final do ano passado a marca reportava 200 milhões de utilizadores ativos. 

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A Apollo Global Management mostra-se entusiasmada com o negócio e com a possibilidade de poder “ajudar a desbloquear o enorme potencial do Yahoo e da sua incomparável coleção de marcas", como referiu na nota do anúncio Reed Rayman, partner do fundo. 

"Temos um enorme respeito e admiração pelo grande trabalho e progresso que toda a organização realizou ao longo dos últimos anos", acrescentou.

A Verizon tinha gasto 9 mil milhões de dólares com a aquisição da Yahoo e da AOL, numa série de negócios que nunca chegaram a dar os resultados desejados e que também passaram pela compra do Tumblr ou do HuffPost, ambos igualmente já vendidos. Desta nova venda, a empresa conserva uma posição de 10% na divisão que reúne os dois ativos.