Embora ainda não tivessem sido informados da decisão da Anacom, os três operadores de comunicações móveis licenciados para operar em UMTS concordam com o possível cenário do adiamento do lançamento comercial da tecnologia, cujo arranque estava previsto para o início do mês de Janeiro de 2003. Ainda hoje o Canal de Negócios noticiou que o regulador deverá autorizar o protelamento do arranque dos telemóveis de terceira geração até ao início de 2004.



"Portugal estava a propor fazer algo que nenhum país da Europa fez", referiu António Casanova, da Optimus, durante o terceiro e último dia de Congresso das Comunicações da APDC. "O adiamento parece-me realmente incontornável porque não havia condições para ter o UMTS a funcionar plenamente a 1 de Janeiro". O prazo de prorrogação do adiamento por um ano é considerado "suficientemente bom" pelo responsável da Optimus "nem que seja para pedir novo adiamento", acrescentou.



Mais uma vez reiterando que a sua empresa estaria apta a iniciar o serviço de terceira geração na data prevista – caso houvesse equipamentos -, António Coimbra, da Vodafone Telecel defende que a promessa da terceira geração móvel diz essencialmente respeito aos serviços e esses são perfeitamente possíveis em redes de 2G ou 2,5G, e como exemplo mencionou o recentemente lançado Vodafone life!. "A Anacom decidiu bem porque mais uma vez deve ser o mercado a mandar", referiu, "lançar um serviço só por lançar, não vale a pena".



António Coimbra salvaguardou, contudo, que o adiamento pelo prazo de um ano não é condicionador. "Se entretanto forem reunidas todas as condições necessárias, a Vodafone poderá avançar com o UMTS antes desse prazo. Afinal, achamos que o UMTS tem potencialidades, senão não tínhamos investido tanto na tecnologia".



Este é um ponto também salientado por António Soares, da TMN. "A tecnologia vai fazer falta em determinado momento, mas acho que só deve ser introduzida quando acrescentar valor à cadeia de serviços", defende o responsável da TMN.



Esta tarde, no mesmo Congresso das Comunicações, Álvaro Dâmaso, presidente da Anacom, confirmava a possibilidade de novo adiamento do UMTS. "Ainda não é um 'dado adquirido', mas os 'dados' estão lançados". O regulador propõe-se agora reunir com os operadores "para tomar as decisões que facilitem o sucesso dos projectos UMTS num quadro temporal adequado", adiantou o responsável da Anacom.



Nota da Redacção: A notícia foi alterada, acrescentando-se o último parágrafo.



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