Para algumas famílias em Portugal, a Televisão Digital Terrestre, o serviço de TV gratuito e alternativo aos pacotes de comunicações pagos fornecidos pelos operadores, é o único meio de acesso a este tipo de conteúdo, ou continua a ser um acesso importante.

O relatório “Meios de acesso ao sinal de TV em 2024” da Anacom revela que a TDT continua a levar o sinal de televisão a 7,4% das famílias portuguesas, que não dispõem de outras formas de acesso a serviços de televisão. A mesma análise, mostra que 16,2% das famílias acedem em simultâneo a serviços de televisão via TDT e TVS - serviço de distribuição de sinais de TV por subscrição, na sua residência principal.

Em termos de equipamentos, estima-se que existam 1,6 milhões de televisores com acesso à TDT, menos 24,6% que no ano anterior, sobretudo por causa da utilização cada vez menor do serviço na morada principal das famílias portuguesas ( menos 28,5%), que ainda assim continuam a representar 85% do total de televisores com acesso à TDT.

Na comparação com o ano anterior, os números revelam uma diminuição ligeira do número de famílias que usam a TDT em exclusivo (são agora menos 0,9 pontos percentuais), mas também em conjunto com os serviços de TVS (menos 8,3 pontos percentuais). A percentagem de famílias com acesso à TDT na residência principal também diminuiu. Caiu 9,4 pontos percentuais entre 2023 e 2024, atingindo-se o valor mais baixo desde 2016.

Como mostram há vários anos os dados compilados pela Anacom, os serviços pagos e em pacote dominam a forma de acesso a serviços de comunicações em Portugal e isso continua a ter impacto no consumo da TDT. Nesta pesquisa, realizada no verão, verifica-se que 88,7% das famílias dispunham de serviço de TV pagos e que usavam-nos como principal meio de acesso ao sinal de TV, nas suas residências principais.

8,3% das famílias usam apenas a TDT para ver televisão
8,3% das famílias usam apenas a TDT para ver televisão
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Já a TDT foi utilizada por 23,7% das famílias na sua residência principal, “não necessariamente de forma exclusiva”. Em residências secundárias, que 10% das famílias dizem ter, este tipo de acesso tem uma presença mais forte (46,0%).

A pesquisa também conclui que a utilização da TDT varia em função da localização geográfica das famílias. As regiões do Alentejo (10,4%), Centro (10,4%), Oeste e Vale do Tejo (9,4%) e Norte (9,3%) são as que têm uma maior percentagem de famílias com acesso exclusivo à TDT. As mesmas regiões destacam-se no que se refere à utilização da TDT de forma não exclusiva.

Por tipologia de família, são as famílias sem crianças, e as famílias com menores rendimentos as que mais usam a TDT: cerca de 16,4% das famílias com mais baixos rendimentos tinham acesso exclusivo à TDT.