Anibal Cavaco Silva aproveitou a abertura do 18º Congresso das Comunicações para apelar à necessidade de serem garantidas "condições de igualdade no acesso às novas plataformas tecnológicas". Num momento em que está ainda por conhecer o modelo escolhido para o desenvolvimento das chamadas redes de nova geração em Portugal (redes de fibra óptica), o Presidente da República sublinhou a importância das "novas vias digitais para que os cidadãos e as empresas entrem plenamente na Sociedade da Informação".

Na abertura do Congresso da Associação Portuguesa das Comunicações (APDC), o chefe de Estado lembrou que hoje "as redes de comunicações digitais, do mesmo modo que as redes viárias, condicionam a localização das actividades económicas e a distribuição de empregos e constituem um importante factor de desenvolvimento regional" e que as redes de alta velocidade tendem a assumir "um papel determinante neste processo".

No âmbito das redes de nova geração, o Presidente falou ainda na importância de ser garantido um acesso igual às redes que estão a nascer no âmbito de algumas autarquias (as chamdas redes comunitárias, financiadas com verbas europeias).

No seu discurso, Cavaco Silva também lembrou que os anos de liberalização do sector não levaram a todos os portugueses "ofertas mais alargadas e inovadoras, maior qualidade de serviço e preços mais baixos". Cavaco Silva frisou o facto de em muitas zonas do país, sobretudo fora dos grandes centros ou junto de alguns estratos da população, a concorrência nos serviços de comunicações continuar a não existir, identificando uma "tendência de exclusão digital nas zonas de menor poder de compra, estejam elas localizadas em áreas urbanas ou rurais".

O Presidente apelou aos reguladores para uma acção mais efectiva nestas áreas de menor concorrência, de forma a garantir ofertas idênticas em todo o país. "A discriminação negativa no acesso às comunicações constitui uma falha de mercado que põe em causa a coesão nacional. Se não for combatida agravará os já de si severos problemas sócio-económicos e demográficos com que algumas regiões se defrontam, originando a médio prazo novos focos de exclusão social".