A edição 2008 do Congresso das Comunicações volta a reservar espaço para as empresas com projectos à procura de capital. O Venture Lounge levou à Junqueira 17 empresas com projectos em áreas tão diversas como a energia, a telemetria, spam, jogos, computação urbana, aplicações multimédia, elearning e outros. Procuram no fórum, que ao longo dos três dias deverá receber cerca de 2.000 participantes, uma oportunidade para se mostrar à indústria, divulgar as suas ofertas e, sobretudo, captar a atenção de novos investidores.

A AnubisNetworks é uma repetente. Já esteve na edição 2007 do Venture Lounge onde foi mesmo premiada. Carla Barata, a representar o projecto no evento, reconhece a importância da participação em iniciativas do género para dar a conhecer a oferta de soluções de segurança para correio electrónico da empresa, dirigida a grandes empresas e a operadores, que a empresa veicula. É um mercado onde a concorrência internacional é forte e onde a Anubis procura diferenciar-se também pelos serviços de suporte locais. Participada pela InovCapital usa todos os eventos da capital de risco para divulgar a oferta, misturando a estratégia com o marketing directo aos potenciais clientes.

A Ideavity participa no evento com o mesmo intuito de divulgação da plataforma de networking desenvolvida no seu laboratório de ideias. Tenta recolher intenções de investimento que lhe permitam continuar a trabalhar no desenvolvimento da plataforma criada para permitir às empresas uma maior aproximação aos clientes através de iniciativas de comunidade. Na carteira de clientes a empresa leva a Optimus - que desenvolveu o conceito Tag em torno desta oferta da Ideavity - e a Porto Editora.

Com uma área de actividade completamente diferente, mas o mesmo objectivo de captação de investimento está no Venture Lounge a Plux. A ideia que deu origem ao negócio era a de acabar com os fios nos sistemas de monitorização dos sinais dos atletas, enquanto estes praticavam exercício e era monitorizada a sua performance. Daí até hoje passaram três anos, embora a constituição da empresa só tenha acontecido no ano passado e já surgiram vários clientes. Reforçar a capacidade para investigar e dar novas formas à tecnologia que combina técnicas avançadas de processamento de sinal com sensores e sistemas de aquisição de biosinais sem fios, altamente miniaturizados, é o seu objectivo.

Uma das áreas onde já conseguiram materializar a tecnologia desenvolvida é a da fisioterapia. Para esta área os alunos do Instituto Superior Técnico fundadores da empresa criaram um produto que permite medir os sinais de movimento dos músculos e mostrar essa imagem de forma gráfica no PC. Terapeuta e paciente podem acompanhar visualmente os resultados de cada movimento. A saúde, o desporto e a investigação são as áreas chave de actuação da Plux.

Entre as 17 empresas com presença marcada no Venture Lounge é possível encontrar diferentes estádios de desenvolvimento dos projectos, à procura de capital para avançar com o negócio ou para fazer novos voos.

Exemplo disso é a BaseMed Consultores. Fundada em 1990 a empresa mantém presença em Portugal e em Moçambique onde desenvolve e comercializa aplicações Informáticas, verticais ou à medida, baseadas em padrões de Código Livre. A saúde e a Administração Pública reúnem boa parte dos clientes.

No outro extremo da montra de empresas presentes existem empresas como a Spawn Studios, que produz jogos e aplicações multimédia e para telemóveis. Só nasceu em 2008.

Depois do evento as empresas, que dividem opiniões entre um interesse satisfatório dos participantes no evento pelo Venture Lounge e alguma desilusão relativamente ao número de visitas, terão a possibilidade de realizar encontros One-to-One com potenciais investidores. Contactos que a organização do evento regista durante o Congresso e proporciona depois deste terminar.

As empresas seleccionadas pela APDC para estar no Venture Lounge resultararam de contactos com a InovCapital, a Cotec e a Associação Portuguesa de Business Angels.