O Primeiro-Ministro defendeu esta manhã na abertura do 21º Congresso da APDC que a saúde, a justiça e a educação são áreas nas quais as Tecnologias da Informação e Comunicação podem ajudar o Estado a realizar cortes significativos de custos.

Pedro Passos Coelho disse que o Governo está a fazer um levantamento da utilização destas ferramentas para perceber o que tem de ser feito pelo Estado e o que pode ser feito fora do Estado, em outsourcing, com ganhos ao nível dos custos e da própria adequação dos serviços.

O Primeiro-Ministro ainda referiu que as tecnologias são uma arma importante para permitir o redesenho das estruturas da administração pública e o veículo para "fazer uma abordagem muito mais ambiciosa na reestruturação de processos".

O responsável também lamentou que em "tantos anos de eGov" a Administração Pública não tenha conseguido optimizar as suas estruturas como seria desejável e continuem a ser comuns situações em que departamentos usam as suas próprias máquinas e onde cada ministério replica as suas estruturas. Exemplificou com as áreas de recursos humanos ou formação.

Passos Coelho defende que os fracos resultados de anos de implementação de estratégias na área do eGov revelam que "a estrutura de comando falhou", mas acrescenta que falhou também a capacidade para "envolver as pessoas" que efectivamente usam as novas ferramentas tecnológicas colocadas ao seu dispor.

Pedro Norton, presidente da APDC, abriu o congresso que este ano tem como tema principal Quantificar o Futuro, máxima que vai nortear dois dias de intervenções e debates no Centro de Congressos de Lisboa. O responsável defendeu durante a intervenção que "as TIC e os media podem e devem ser uma
alavanca na recuperação económica".

Amado da Silva, presidente da Anacom, participou na mesma sessão onde reflectiu sobre a necessidade de serem mantidas as condições para fazer funcionar a regulação, no cumprimento dos estatutos do regulador, referindo-se às alterações que se avizinham por via das propostas contidas no orçamento de Estado e das alterações ao Estatuto do Gestor Público.