O leilão para utilização das frequências nas faixas dos 700 MHz, 900 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz voltou a ter hoje 6 rondas e só os lotes relacionados com o espectro dos 3,6 GHz continuam a ter propostas.
A informação partilhada pela Anacom indica que o valor subiu 873 mil euros, para um total de 261,8 milhões de euros de encaixe potencial. Somando o valor obtido na fase dos novos entrantes já chega aos 346,1 milhões de euros.
Há mais de 10 dias que só os lotes relacionados com as faixas de 3,6 GHz têm novas licitações, subindo sempre 1 a 2% em cada dia, mas de forma estratégica, alterando as propostas feitas entre os 40 lotes a concurso. Esta é uma faixa nativa do 5G, muito relevante para disponibilizar maiores velocidades, mas em zonas geográficas mais limitadas.
Desde o início da fase principal do leilão, a 14 de janeiro, o valor das licenças já subiu mais de 65 milhões de euros, com os lotes mais "valiosos", em preço e na importância para o serviço do 5G. Nos 700 MHz e 900 MHz os lotes foram licitados pelo valor base de reserva de espectro, e há até um lote de 700 MHz que não recebeu qualquer proposta.
O SAPO TEK tem acompanhado diariamente a evolução das licitações e a última surpresa foi a faixa dos 2,6 GHz, no lote G1, que subiu de valor no dia 4 de março, valorizando para os 5,246 milhões de euros.
Polémica do leilão continua, com críticas ao processo
Desde o início do leilão que os operadores têm feito críticas ao regulamento e opções da Anacom, mas desde que o leilão começou que as empresas se remeteram ao silêncio. Ontem a presidente executiva da Sonae, Cláudia Azevedo, criticou hoje as regras do leilão do 5G, que está a decorrer há mais de 40 dias, afirmando que "este concurso não tem pés nem cabeça".
Na conferência de imprensa dos resultados da Sonae, apontou várias críticas referindo que “faz uma reserva de espectro para os novos entrantes e impede os operadores que têm investido de terem espectro suficiente para melhor muito o 4G e investir no 5G”.
“Acho que no fim o regulador vai ficar todo contente, porque há imensos ‘players’ agora em Portugal. O que é que atrai? Pessoas que não têm nenhum compromisso com Portugal, pessoas que não têm nenhum compromisso de investimento”, apontou, referindo que final “vai ser uma confusão”.
E depois, se estes novos operadores “não gostarem das rentabilidades [no mercado português] vão-se embora”, rematou, considerando “inacreditável o que está a acontecer”.
Não se sabe ainda até quando poderá durar o leilão que já vai no 47º dia e se aproxima da duração "épica" do procedimento da Alemanha.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização 19h42
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