As cerca de 15 mil imagens recolhidas revelam crateras, penhascos e desertos, semelhantes a paisagens que também podem ser encontradas na Terra. Está documentada a existência de um penhasco com cerca de 900 metros, bem como falhas tectónicas que resultam do desgaste do sólido espacial e que podem conduzir à separação do cometa em dois.



Sabe-se também agora que o 67P é na sua maioria oco e apresenta uma densidade muito inferior ao previsto: 470 kg/m3, muito inferior à da água, que ronda os 1.000 kg/m3. Isto significa que se o 67P caísse à água flutuaria no mar. Também pode significar uma alteração na definição de cometa, até agora vistos essencialmente como uma bola de gelo sujo, que afinal podem ser inesperadamente secas. O cometa também é mais escuro que o esperado pelos cientistas. Reflete apenas qualquer coisa como 7% do que a Lua consegue refletir.



Os cientistas que analisam as imagens enviadas pela Rosetta querem caracterizar o cometa no que se refere à densidade, à composição e à própria atividade do corpo, que se move em direção ao sol a uma velocidade de 20 quilómetros por segundo. Agora já sabem que é poroso, a fazer lembrar uma enorme esponja ou uma pedra pomos.




A informação foi publicada na última edição da revista Science, a partir dos seis estudos que já foi possível realizar com as imagens e informação recolhida a 500 quilómetros da Terra.



A Rosetta vai continuar no rasto do 67P e até final do ano pode continuar a fornecer informação essencial para a missão. Agora está a cerca de 29 quilómetros do cometa. Em fevereiro ficará mais próxima, a cerca de 6 km. Mas a viagem vai tornar-se cada vez mais arriscada por causa da temperatura elevada do sol, que ficará cada vez mais próximo, das poeiras e dos próprios gases do cometa. ~



Quando a Rosetta deixar de conseguir enviar informação espera-se que a aventure continue graças à Philae, uma sonda mais pequena que está "parqueada" no 67P, por enquanto em hibernação.



A galeria no texto permite ver as últimas imagens divulgadas pela Science, recolhidas pelo OSIRIS, o sistema de imagem de alta definição da Rosetta, a missão da Agência Espacial Europeia que pela primeira vez na história fixou uma sonda num cometa.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico