Os habitantes das ilhas do Corvo e das Flores, nos Açores, continuam em luta pelo acesso a Internet de banda larga. Após sucessivas petições e ações públicas de mobilização para o problema, os residentes conseguiram, finalmente, a garantia, por parte do chefe do Governo Regional dos Açores de que haveria verba para a extensão do cabo de fibra ótica às ilhas. Mas exigem saber quando.

"Foram precisos dezasseis anos de governação regional do PS para que Carlos César (…) decidisse finalmente avançar com meios financeiros da Região para o pagamento da empreitada de extensão do cabo de fibra ótica às ilhas das Flores e do Corvo", afirmam os moradores num comunicado enviado ao TeK.

Agora, os residentes vêm reiterar o pedido de acesso a "informação acerca da pormenorizada calendarização e dos prazos para execução da empreitada de extensão do cabo de fibra ótica" - que já teriam incluído na petição pública assinada em 2011.

A promessa de disponibilização de meios financeiros para levar a cabo a obra, foi feita a 2 de maio deste ano, pouco tempo depois de terem apresentado uma carta aberta aos fornecedores de acesso à Internet (e aos meios de comunicação social) em que pediam alternativas ao serviço oferecido pela PT, que segundo os utilizadores assegura uma ligação à Internet a uma média de 100 Kbps.

Mas segundo os residentes, "passados três meses desse seu assumir de responsabilidade pelo pagamento da empreitada, ainda não há o mínimo sinal de que esteja para breve o início desta tão ansiada e necessária infraestrutura de telecomunicações para corvinos e florentinos".

Os habitantes das ilhas do Corvo e das Flores dizem-se discriminados e acusam os dirigentes políticos "uma década de muitos enganos", durante a qual foram "ludibriados com consecutivas promessas nunca cumpridas, quer pelos sucessivos Governos da República (PSD, CDS/PP e PS) como também pelo Governo Regional (PS)".

"Sabendo que em 1996, como secretária regional das Finanças, Berta Cabral considerou que era muito caro incluir as ilhas do Corvo e das Flores na empreitada do anel submarino que liga com fibra ótica as restantes sete ilhas açorianas; agora ninguém deverá facilmente 'ir em cantigas' de que um Governo Regional do PSD afinal concluiria aquilo que se negou a fazer em 1996", lê-se na nota enviada pelo grupo de cidadãos. Agora reivindicam garantias e o acesso ao cronograma da obra prevista, para depois exigirem "o rigoroso cumprimento do seu calendário".

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes