A Dense Air apresentou em Lisboa os seus planos de desenvolvimento da rede 5G em Portugal, uma “oportunidade importante” como destaca Tony Boyle, general manager da empresa. A tecnológica pretende introduzir um novo método de fazer negócio em torno das conexões de quinta geração. Paul Senior, CEO da empresa, explicou que a Dense Air está em Portugal com o objetivo de trazer redes 5G de qualidade ao país, mais propriamente a intensificação da rede nos interiores, daí a derivação do nome da empresa “densificar as redes wireless”.
A empresa já tem operações em seis países, com quartel-general no Reino Unido, mas está em Portugal, Nova Zelândia, Austrália, Irlanda e Bélgica. A empresa faz parte da rede SoftBank, que inclui a Sprint, a Yahoo Japão e o Grupo Alibaba, para destacar algumas, num grupo que engloba quase 1.300 empresas.
No que diz respeito ao sinal 4G, a empresa ocupa atualmente em Portugal, somando os interiores como o exterior, 75,6% da rede, taxas igualmente expressivas em diversos países do mundo, como a Coreia do Sul que chega aos 97,5% e o Japão 94,5%.
A Dense Air utiliza uma rede partilhada, a qual chama Neutral Host Operator, e o seu negócio consiste em suportar as empresas de telecomunicações e não competir com as mesmas. O seu modelo de negócio assenta nos clientes utilizarem as suas células da rede. A empresa afirma que tem o know-how para oferecer uma rede com capacidade para planos de dados infinitos.
A empresa opera na capacidade de intensificar os pontos onde o sinal é fraco nas cidades, especialmente dentro dos edifícios, e é aí que entra a tecnologia da Dense Air. A ferramenta pontua numa escala para cirurgicamente otimizar a rede onde é necessário intervir. E com base nessa tecnologia, a empresa pretende replicar a mesma estratégica ao 5G, utilizando uma caixa - “a caixa mágica” refere Paul Senior, que é plug and play, para melhorar o sinal da rede. Cada uma serve cerca de 2.000 metros quadrados. “Se fizermos bem o nosso trabalho, aumentamos não só a cobertura interior, como a sua capacidade”, destaca o empresário.
Durante a apresentação foi feita uma demonstração ao vivo de uma breve chamada através da rede 5G montada, para provar que a tecnologia da empresa está pronta a ser introduzida no mercado. Esta serve para complementar as ofertas das operadoras de telecomunicações, sobretudo para trazer internet móvel para áreas com sinal muito pobre, especialmente os meios rurais. Neste caso, é utilizado a sua solução como extensão da fibra ótica, para introduzir 5G nessa área. E mais uma vez, Paul Senior reforça a ideia de que pretende colaborar e não competir com os fornecedores de 5G, até porque vai atuar em formato B2B e não B2C.
A empresa destaca que está pronta para arrancar a sua operação no próximo ano, quando Portugal tiver concluído a migração do espectro da faixa de 700 MHz da TDT, para introduzir o 5G. A empresa está a trabalhar com a ANACOM para libertar o seu próprio espectro atual, afirmando que se encontra no processo de conclusão da migração (espera terminar antes do Natal). O objetivo é ajustar o seu espectro, atualmente a operar 3,5 GHz, com as novas normas, com a empresa a salientar que nada tem a ver com a migração a ser feita pela Altice Portugal da faixa dos 700 MHz. No entanto, o seu serviço trabalha paralelamente e dependente das três principais operadoras portuguesas de telecomunicações (Altice, Vodafone e NOS).
A empresa destaca a qualidade da rede de fibra ótica portuguesa, o que é excelente para a forma como a Dense Air faz negócio. A empresa tem planos para expandir-se em outros países, participando constantemente em leilões de licenciamento, tendo recentemente adicionado Austrália à lista em que opera. Para Portugal, a empresa adquiriu em leilão, em 2010 a sua licença para o 5G até 2025, e Paul Senior não atribui “culpa” à ANACOM pelo relativo atraso do arranque da tecnologia no mercado nacional. Na sua visão, a decisão tomada anteriormente para o espectro do TDT ainda não existia informação sobre o 5G, para ser considerada.
Relativamente à pequena caixa, batizada de Airspan, a empresa destaca que o preço de construir uma antena de transmissão 5G custará 20 vezes mais o valor desta tecnologia “e certamente não irá trabalhar com a mesma eficiência que a caixa, que é imune a vidros e obstáculos”, sublinhou Tony Boyle ao SAPO TEK. A caixa só necessita ser ligada à eletricidade, e no caso da unidade presente no escritório da empresa, esta está conectada diretamente à antena de Monsanto, salientando a capacidade de ter apenas uma unidade por cada 2.000 metros quadrados.
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