Em julho de 2020, o governo britânico decidiu excluir a Huawei da rede 5G do Reino Unido e, meses mais tarde, anunciou novas medidas restritivas contra a fabricante chinesa com vista a afastá-la definitivamente a partir de 2021.

A decisão implica que o Reino Unido passará a contar apenas com a Nokia e a Ericsson como fornecedoras principais e um novo relatório da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Comuns sublinha que a situação pode representar "sérios riscos à resiliência e segurança da rede".

De acordo com recém-publicado relatório, a estratégia de diversificação de fornecedores do governo britânico "chegou tarde demais" e "levará anos para alcançar qualquer sucesso". A Comissão sublinha que o governo deve atuar urgentemente para determinar os riscos que a dependência de apenas dois fornecedores pode implicar.

Os membros do Parlamento apelam ao governo de Boris Johnson para que publique uma nova avaliação dos riscos, assim como um novo plano de ação, dentro dos próximos 12 meses.

A Comissão de Ciência e Tecnologia afirma que a estratégia de diversificação de fornecedores 5G do Reino Unido precisa de ser acompanhada por uma série de medidas importantes que incluem, por exemplo, um programa de pesquisa e desenvolvimento onde o governo toma uma abordagem mais ativa, em colaboração com a indústria e investigadores.

Em destaque está também a tomada de medidas para diversificar o mercado e que complementem o projeto OpenRAN, assim como uma maior cooperação a nível internacional no mercado das telecomunicações.

Segundo Greg Clark, responsável pela Comissão de Ciência e Tecnologia, a falta de planeamento estratégico no que toca ao 5G originou uma situação complexa e arriscada. "É necessário aprender com esta experiência de forma a evitar que a nossa economia e segurança se tornem vulneráveis devido a falta de alternativas adequadas".

Recorde-se que, no início de 2020, o Reino Unido tinha dado “luz verde” à implementação de equipamentos da Huawei nas infraestruturas 5G, impedindo-a de aceder às áreas cruciais da rede e com apenas participação de 35% nas partes de baixo risco. Na altura, o governo de Boris Johnson também tinha imposto limitações para que as operadoras não ficassem dependentes de apenas uma empresa.

Porém, após a implementação de novas restrições às fabricantes chinesas por parte dos Estados Unidos em maio, o Reino Unido lançou uma investigação acerca do impacto da utilização de equipamentos da Huawei na sua infraestrutura de redes 5G. Depois de o Centro Nacional de Cibersegurança (NCSC, na sigla em inglês) ter revelado as suas conclusões, o governo britânico reverteu a decisão inicial, obrigando as operadoras a removerem todo o equipamento da Huawei das infraestruturas 5G até ao final de 2027.

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