O governo britânico anunciou novas medidas restritivas contra a Huawei, afastando-a em definitivo da sua rede 5G a partir do próximo ano. O processo será realizado em duas fases, sendo a primeira a partir de abril que proíbe as operadoras de telecomunicações a receber serviços de outsourcing da fabricante chinesa, excetuando algumas circunstâncias, que ainda estão a ser delineadas. A segunda fase será no final de setembro, com a proibição da instalação de equipamento 5G da Huawei, avança a Bloomberg.

Os novos desenvolvimentos vêm no seguimento do investimento que o Reino Unido está a fazer para remover todos os equipamentos da fabricante chinesa até ao final de 2027. O governo afirma que quer uma rede 5G segura e resiliente, tendo reunido uma task force para encontrar formas de diminuir a sua dependência das principais fornecedoras, que incluem a Nokia e Ericsson. A remoção de todos os equipamentos da Huawei significam para o governo britânico um investimento de 280 milhões de euros.

Esta nova posição do governo surge depois do início do ano o Reino Unido ter dado “luz verde” à implementação de equipamentos da Huawei nas infraestruturas 5G, mas impedindo-a de aceder às áreas cruciais da rede, e com apenas uma participação de 35% nas partes de baixo risco. Apesar de não permitir adquirir novos equipamentos 5G à Huawei, a manutenção da tecnologia atualmente implementada ainda será feita pela empresa chinesa.

Para que não fique dependente do duopólio da Nokia e Ericsson, o governo vai dar início ao programa National Telecoms Lab, previsto para 2022, dedicado à investigação de segurança e aumento da compatibilidade entre os dois fornecedores. O governo pretende ainda financiar outros potenciais fornecedores e facilitar a entrada de empresas no mercado para incentivar a concorrência, como é o caso da japonesa NEC, a Fujitsu, Parallel Wireless, Mavenir Systems e outras.

O governo tem ainda na sua estratégica a introdução de incentivos comerciais para as operadoras optarem pela diversificação do fornecimento do 5G.