Sempre a pensar na construção de uma sociedade baseada no conhecimento, o Comissário europeu para a Sociedade de Informação e Empresas, Erkki Liikanen, recebeu de bom grado a decisão de alargar o plano eEurope 2002 até 2005, tomada no Conselho de Barcelona que teve lugar durante os dias 15 e 16 de Março, tendo começado já a delinear as prioridades do prolongamento do plano.



De notar que o plano eEurope 2005 tinha sido já apoiado pelos ministros da área das telecomunicações da União Europeia, que se reuniram num encontro informal de 21 a 23 de Fevereiro, em Vitória, na Espanha, para delinear uma linha de actuação para a iniciativa eEurope 2005 que suplante os objectivos do eEurope 2002, definidos na cimeira de Lisboa, realizada em Março de 2000.



O comissário, participante na conferência Mobile Europe 2002 que termina hoje em Bremen, na Alemanha, afirmou que a extensão do plano vai permitir que os Estados-membros se concentrem em cinco prioridades: a produção de conteúdos atractivos, aplicações e serviços, a preparação de serviços públicos interactivos na Internet, proporcionar o acesso à Web a todos os cidadãos, promover o acesso à Net em banda larga e, por fim, garantir a segurança e confiança no mundo digital. Este responsável referiu ainda que, para que todos este objectivos sejam alcançados, o papel das telecomunicações móveis é extremamente importante.



De acordo com Erkki Liikanen a introdução das tecnologias de terceira geração tem três objectivos principais que se prendem com o suporte dos serviços sem fios, a criação de um novo quadro regulamentar e o desenvolvimento de um ambiente favorável à introdução no mercado desta tecnologia. Na realidade, alguns destes aspectos estão já a delinear-se. Por exemplo, o quadro regulamentar para o sector das telecomunicações, no qual a tecnologia 3G está incluída, foi já aprovado e deverá entrar em acção no próximo ano.



No seu discurso durante a Mobile Europe 2002, o comissário referiu ainda que enquanto que o crescimento da tecnologia móvel se apresenta estável tanto nos Estados Unidos como no Japão, na Europa e na China o crescimento é exponencial.



Assim, o próximo passo na Europa é garantir o sucesso tecnológico e industrial da tecnologia de segunda geração para avançar, primeiro, em direcção à 2.5G e depois à 3G. Todavia, Erkki Liikanen destaca alguns obstáculos que impedem o avanço deste plano de acção e que se prendem com a fragmentação do processo de atribuição de licenças UMTS entre os Estados-membros e o peso que estas colocam aos operadores, em alguns países.



Para além destes factores salienta-se ainda a actual situação da economia, que afecta o sector das telecomunicações e que, por conseguinte, condiciona o processo de transição para o UMTS.



No entanto, o comissário garante que apesar das adversidades, este continua a ser o sector mais dinâmico da economia, registando um crescimento de 21 por cento em 2001, e para o qual se perspectiva uma evolução de 13 por cento para 2002.



Quanto aos programas de eContent e eGovernment, tem vindo a crescer a ideia de que os conteúdos terão de ser cada vez mais variados e os serviços interactivos, área onde o sector móvel se adapta perfeitamente na opinião do comissário, até porque, neste momento existem mais cidadãos da União Europeia com telemóveis do que ligações à Internet em casa, 75 por cento e 40 por cento, respectivamente.



Erkki Liikanen salienta também a importância de prosseguir com o trabalho de apoio à área da pesquisa, desenvolvimento do quadro legal e normalização das tecnologias – UMTS, rede fixa, Wireless LAN e Bluetooth – e de todas as plataformas – computador pessoal, televisão digital e terminais móveis –, começado e promovido pela União Europeia, Parlamento Europeu e Comissão Europeia, através do plano eEurope 2002.



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