Segundo o estudo ‘The role of Huawei and its impact in Portuguese society’ da EY, o ecossistema da Huawei contribui com 718 milhões de euros anuais para a economia portuguesa. O mesmo documento avança com a conclusão que ai exclusão da empresa das infraestruturas de rede móvel pode “comprometer não só a competitividade do país no cenário global, mas também o acesso dos cidadãos portugueses a uma tecnologia crucial para o seu futuro”, revela a consultora.

A Huawei está a operar em Portugal há duas décadas, tendo começado por participar na primeira rede comercial de High-Speed Downlink Packet Access (HSDPA), em 2005,  avançando em 2022 com a expansão da rede 5G, através da utilização comercial das antenas da plataforma Hertz da Huawei.

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Em 2023, e na sequência de decisões tomadas nos Estados Unidos e na União Europeia, uma deliberação da Comissão Superior de Segurança, constituída no âmbito do Conselho Superior para a Segurança do Ciberespaço, abriu a porta a uma possível exclusão da Huawei da infraestrutura 5G em Portugal. Notícias nessa data eram mais perentórias e diziam mesmo que “algumas empresas chinesas ficariam proibidas de fornecer equipamentos para as redes nacionais de 5G”. Agora, a Huawei pediu à EY para calcular o impacto da saída da empresa chinesa de Portugal.

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Em matéria de impacto económico, o estudo revela que a Huawei contribui com 718 milhões de euros por ano para a economia portuguesa, incluindo 197 milhões correspondentes a Valor Acrescentado Bruto (VAB). “O efeito multiplicador do ecossistema Huawei é de 2x na produção nacional e de 7x no emprego”, explica o comunicado de imprensa.

Além disso, a eventual “substituição dos equipamentos Huawei na rede 5G acarretaria um custo total superior a mil milhões de euros para a economia portuguesa, incluindo 339 milhões de euros em investimentos de substituição e 193 milhões de euros em investimentos futuros”. Estes custos adicionais conduziriam a um aumento estimado de 7% nas tarifas médias ao consumidor.

“Os dados deste trabalho mostram a importância que o ecossistema da Huawei tem para o país, que esperamos poder continuar a desenvolver”, disse Wu Hao, recém-nomeado CEO da Huawei para Portugal.

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A estudo da EY assinala ainda que, a concretizar-se a exclusão da Huawei, se registaria um atraso na implementação completa da rede 5G no país, com uma consequente perda de produtividade estimada de 282 milhões de euros, ao impedir cidadãos e empresa de tirar partido da tecnologia 5G.

“A exclusão da Huawei do mercado português poderia levar também a uma maior concentração de fornecedores, reduzindo a concorrência, aumentando os preços e comprometendo a eficiência energética das redes”, acrescenta a consultora, referindo ainda que este cenário pode também prejudicar a capacidade de atração de investimento estrangeiro e de manutenção da competitividade do país na era digital.