Em junho, a Comissão Europeia ponderou a obrigação dos países da União Europeia a expulsarem a Huawei e outras empresas consideradas de alto risco das infraestruturas de redes 5G. E apenas um terço dos países da UE já tomaram medidas de proibição da utilização de tecnologia da Huawei nos componentes críticos das redes 5G.
Segundo avança o jornal Spiegel, os custos de substituição dos componentes de TI instalados pela Huawei poderão custar à Deutsche Bahn, a operadora transporte alemã, até 400 milhões de euros. O assunto tem sido discutido entre os principais partidos alemães, com a preocupação sobre o perigo de espionagem do governo chinês.
O jornal alemão diz ainda que o processo está a dar que falar porque a Deutsche Bahn decidiu em dezembro de 2022 adjudicar grande parte da expansão da sua infraestrutura digital, após concurso, a uma subsidiária da Telekom, que utiliza os componentes da Huawei. Esse contrato é de 64 milhões de euros. E uma troca a curto prazo desses componentes, faria com que os projetos liderados pela Deutsche Bahn enfrentassem um atraso de cinco a seis anos. A operadora utiliza componentes chineses desde 2015 na sua infraestrutura de transportes.
Seriam necessárias a substituição de quase 800 estações base no norte da Alemanha, utilizados nas rádios dos comboios que suportam a comunicação entre a tripulação e o centro de controlo. São também apontadas consequências graves para a infraestrutura interna de TI do grupo, afetando uma grande parte da rede principal, disse a publicação.
A Reuters refere que o governo alemão está a rever se certos componentes da Huawei e ZTE devem ser banidos das suas redes de telecomunicações. É referido que qualquer decisão de banir a Huawei vai gerar uma resposta de Pequim, instado Berlim a atuar em linha com os seus interesses e regras internacionais.
Numa entrevista dada hoje ao Expresso, Pedro Mota Soares, presidente da Apritel, afirmou que excluir a Huawei das redes nacionais terá consequências, alertando para os riscos do afastamento da fabricante chinesa. Em junho, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, defendeu que a restrição ou proibição de fornecedores chineses das redes 5G é importante para a salvaguarda da segurança nacional. Pedro Mota Soares disse que as palavras do ministro tinham sido registadas e tinha “a certeza de que o Governo irá sempre encontrar aquelas que serão as melhores soluções para o país”.
Problema semelhante enfrenta o Reino Unido. Segundo o Financial Times, a expulsão da fabricante poderá deixar o país atrás na corrida do 5G. A decisão do então governo de Boris Johnson em 2020 de banir a Huawei das suas redes é um dos motivos do atraso do país, apesar de ter sido um dos pioneiros da tecnologia 5G. O jornal destaca os dados da Ookla, especialista na medição da velocidade das redes, que destaca o download por 5G em 21º lugar entre os 25 mercados desenvolvidos.
O regulador britânico do sector das comunicações, a Ofcom, refere que o país tem uma cobertura de 82% com pelo menos um operador, mas os números caem para 22% nas áreas cobertas por todos os poderosos. Em comparação, em Portugal, no segundo trimestre de 2023, o país contou com mais 36 concelhos que contam com a presença de todos os operadores com estações 5G instaladas. No total, dos 308 concelhos do país, 263 contam com estações instaladas pelos três principais operadores. O número de concelhos com instalação por apenas dois operadores é agora 14 e uma redução para 31 os que têm apenas um operador (todos da MEO, exceto um).
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