Em declarações aos jornalistas, afirmou que a "matéria relacionada com a segurança das nossas redes não é negociável e é uma decisão exclusivamente técnica e uma decisão baseada em critérios técnicos que utilizam elementos vindos da União Europeia”.

“Tomaremos sempre as decisões que são importantes para salvaguarda da nossa segurança e da nossa soberania e nessa matéria não há negociação possível”, vincou durante uma visita ao Reino Unido, onde se encontrou com o homólogo britânico, James Cleverly, em Londres.

A Comissão Europeia considerou na quinta-feira que as medidas adotadas por 10 Estados-membros da União Europeia (UE) para restringir ou banir fornecedores de alto risco das redes móveis de quinta geração (5G), como Huawei e ZTE, são "justificadas e adequadas”.

Decisão de restringir ou banir Huawei e ZTE em 10 países da UE é justificada para Bruxelas
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A posição surge depois de, no início deste mês, a Comissão Europeia ter elogiado as conclusões das autoridades portuguesas sobre o risco para segurança de alguns equipamentos 5G, que podem resultar em exclusão ou aplicação de restrições a fornecedores, vincando que “ameaças não têm lugar na Europa”.

A deliberação divulgada pela Comissão de Avaliação de Segurança, no âmbito do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, não refere nomes de empresas ou de países, mas o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, referiu na quinta-feira as chinesas Huawei e ZTE.

Apesar do risco de tensão nas relações com a China, João Gomes Cravinho afirmou que Portugal continua a olhar para o gigante asiático como "um parceiro em muitas, muitas matérias". “Temos uma relação forte e antiga com a China, que, ao longo dos anos, ao longo dos séculos, passou por vários momentos diferentes, alguns mais fáceis, outros mais difíceis”, admitiu.

No campo diplomático, o ministro português garantiu existirem boas relações e que pretende visitar aquele país entre o final deste ano e o início de 2024.

Cravinho declarou ainda que existe um diálogo permanente sobre as matérias que estão incluídas no acordo entre Portugal e a China sobre o regresso de Macau à soberania chinesa. "Estamos satisfeitos com esse diálogo, o que não quer dizer que estamos satisfeitos com todos os elementos”, enfatizou.