Vários países africanos estão a registar falhas no acesso à Internet. De acordo com informação da Cloudflare, as disrupções, que se registam desde ontem, dia 14 de março, estarão a ser causadas por um conjunto de falhas nos cabos submarinos na região. 

A par dos dados pelo Cloudflare Radar, a NetBlocks dá também conta das disrupções que impactam os cabos WACS (West Africa Cable System), MainOne, SAT3 and ACE (Africa Coast to Europe).

Segundo os especialistas da Cloudflare, os dados registados mostram a evolução das disrupções, que começaram por afetar o sul do Senegal, estendendo-se depois a países como Gâmbia, Guiné e Libéria.  

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Depois da região de Niger, as falhas no acesso à Internet afetaram a Nigéria, Benim, Camarões e Togo. Quase em simultâneo, a rede da operadora sul-africana Vodacom registou uma disrupção significativa, tendo recuperado horas depois.

Os cabos submarinos desempenham um papel importante no acesso à Internet e estima-se que sejam responsáveis por suportar mais de 90% do tráfego de dados intercontinental. Atualmente existem 529 cabos submarinos ativos e 1.444 estações que estão ativas ou em construção, indica a Cloudflare.

Cabo 2Africa já está ligado em Carcavelos. Maior cabo submarino liga 33 países
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Recorde-se que, ainda esta semana, ficou concluída a amarração do cabo de fibra ótica 2Africa, conhecido como cabo Facebook, na estação de cabos submarinos da Altice em Carcavelos.

projeto 2Africa junta um consórcio de oito parceiros, com empresas de telecomunicações e a Meta, com o maior cabo submarino do mundo. Com 45 mil quilómetros de extensão, o cabo submarino vai ligar 33 países, cinco na Europa, 19 em África, sete no Médio Oriente e dois na Ásia.

Esta semana foi também assinado o contrato para a construção do anel de cabos submarinos entre Portugal continental, Madeira e Açores (CAM). O contrato prevê um investimento de 154,4 milhões de euros para a conceção, construção, fornecimento, instalação e entrada em exploração do cabo de fibra ótica submarino de telecomunicações. A construção vai ficar a cargo da Alcatel Submarine Networks e a Infraestruturas de Portugal assume a operação.