No ano passado os gestores das 15 maiores empresas públicas do país gastaram 141,6 mil euros em telemóvel, uma fatura paga pelas organizações onde prestam serviços e que no ano passado aumentou quase 20 por cento.


As contas são publicadas na edição de hoje do jornal i e analisam as faturas telefónicas produzidas por 75 gestores da RTP, Carris, ANA, Caixa Geral de Depósitos, NAV, CTT, Parque Escolar, Refer, Parpública, STCP, Estradas de Portugal, Águas de Portugal, Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP), TAP e CP.


O CEO da TAP revela-se o mais gastador, ultrapassando o plafond anual máximo de 9 mil euros previsto pelos estatutos do gestor público para a empresa. Sozinho, o gestor terá gasto ao longo do ano passado 9.124 euros em comunicações realizadas a partir do telemóvel pago pela empresa, mais 25 por cento que o valor gasto pelo próprio no ano anterior.


Ao nível das organizações, a maior conta de telemóvel vai para a Caixa Geral de Depósitos, onde os administradores gastaram em 2010 33,7 mil euros em telemóvel, mais 54 por cento que no ano passado.


Rodolfo Lavrador, ex-secretário de Estado, é o administrador mais gastador da CGD, com 13 mil euros em comunicações (os tetos máximos de consumo para cada empresa são distintos), mais 55 por cento que no ano anterior. Vale no entanto a pena referir que este administrador tem o pelouro internacional da CGD.


No extremo oposto da tabela está Almerindo Marques, ex-presidente da Estradas de Portugal, que nos últimos três anos (2008, 2009 e 2010) não apresentou quaisquer contas de telemóvel.
A análise mostra ainda que no universo das 15 empresas analisadas 11 aumentaram custos de comunicações móveis realizadas pelos gestores - onde se incluem dados móveis - e apenas quatro reduziram. Foram elas a Carris, a CP, os CTT e a ANCP.


Em média os gestores das empresas consideradas gastaram mensalmente 157,4 euros em 2010, num aumento de 19,75 por cento face ao ano anterior.



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