O encerramento temporário das escolas devido à pandemia de COVID-19 levou a que as aulas passassem para o espaço online. No entanto, muitos dos estudantes não têm em casa as condições necessárias para frequentarem o ensino à distância. O Primeiro-Ministro, António Costa, anunciou que o Governo está a preparar uma solução para assegurar as aulas através da TDT.
"Para todos os níveis educativos, estamos a trabalhar numa solução de rede de segurança, porque sabemos que muita gente não tem acesso aos conteúdos e às aulas que têm estado a ser ministradas online por computador", afirmou o Primeiro-Ministro.
Em entrevista a Cristina Ferreira, na SIC, António Costa elucidou que, embora a TDT seja mais acessível à população, a tarefa em mãos não será fácil. Traçando um paralelo com os tempos da tele-escola durante a década de 70 e 80, o Primeiro-Ministro indicou que hoje é mais difícil fazer uma grelha que abranja as dezenas de disciplinas que existem.
De acordo com António Costa, a possibilidade de os estudantes perderem o ano escolar devido à suspensão das aulas presenciais não está sob a mesa. “Temos de salvar o ano, assegurando a todos a maior justiça na avaliação, mas também as melhores oportunidades de terem o acesso educativo, porque a escola não é só avaliação. É também o conjunto de aprendizagens que se adquirem.”, sublinhou o Primeiro-Ministro, voltando a frisar a rede de segurança assente na TDT.
O reforço da acessibilidade é uma das prioridades e, segundo António Costa, o Governo vai continuar a “desenvolver todas as plataformas digitais que têm estado a ser utilizadas” e a estudar as oportunidades de poder reabrir as escolas consoante o estado da situação.
O anúncio do Primeiro-Ministro surge no seguimento do conjunto de medidas tomadas pelo Ministério da Educação para mitigar o problema das desigualdades no acesso às aulas online. Entre elas está o levantamento pormenorizado, em cada escola, do número de alunos que não têm disponível qualquer equipamento em casa ou acesso à Internet.
As prioridades na concessão de meios tendo em vista a urgência e graus de vulnerabilidade dos alunos devem ser listadas. Os operadores de telecomunicações e empresas de hardware devem ser contactados para explorar as melhores soluções e resposta rápida aos problemas locais. O Ministério da Educação refere ainda que será dado apoio às escolas para a implementação de soluções locais, seja de iniciativa dos agrupamentos, dos municípios ou associações de pais.
O problema da falta de acesso a equipamento informático também afeta os professores. Assim, o Ministério da Educação sublinha que é necessário fazer o levantamento das necessidades, sendo um dos pontos do roteiro emitido, com os princípios orientadores para a implementação do Ensino à Distância (E@D) nas escolas.
Uma “brigada” de apoio a professores e diretores com mais de 100 profissionais foi também disponibilizada. A equipa tem como função garantir um acompanhamento de proximidade aos estabelecimentos de ensino, contribuindo para recolher boas práticas, assim como os constrangimentos sentidos.
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