Numa altura em que a Huawei enfrenta um escrutínio acrescido na Europa, com Bruxelas a considerar que restringir ou banir fornecedores de alto risco das redes 5G é justificado, novos rumores apontam para um regresso da fabricante chinesa à indústria de smartphones 5G.

De acordo com informação avançada por três consultoras à Reuters, que prestaram declarações à agência noticiosa sob condição de anonimato, a Huawei terá uma nova estratégia para contornar as restrições impostas pelos Estados Unidos.

Ao que tudo indica, a fabricante planeia aceder a chips 5G através do mercado chinês, aproveitando os progressos que tem vindo a fazer no que toca a ferramentas de desenvolvimento de semicondutores e recorrendo também à Semiconductor Manufacturing International Co. (SMIC), considerada como uma das maiores produtoras de chips do país.

Como avança a agência noticiosa, o regresso ao mercado de smartphones 5G significaria para a Huawei uma possível saída do modo de “sobrevivência”. Ao confirmarem-se os rumores, a fabricante poderia fabricar versões 5G de modelos topo de gama, como o Huawei P60, e dotar novos equipamentos previstos para lançamento em 2024 com suporte a redes de quinta geração móvel, indicam as consultoras.

Recorde-se que, em junho, a Comissão Europeia considerou como "justificadas ou adequadas" as medidas adotadas por 10 Estados-membros para restringir ou banir fornecedores de alto risco das redes 5G, como Huawei e ZTE. 

Além deste conjunto de países, três outros estão a trabalhar na aplicação da legislação nacional relevante. Portugal é um dos países da UE que avançaram com conclusões sobre o risco para segurança de fornecedores para as redes 5G, que podem resultar em exclusão ou aplicação de restrições a fornecedores de alto risco. Bruxelas elogiou as conclusões das autoridades portuguesas

Apesar de “compreender a preocupação da Comissão Europeia em proteger a cibersegurança na UE”, a Huawei acusou o executivo comunitário de “juízos discriminatórios”, defendendo que os mesmos "colocarão sérios riscos económicos e sociais" e que "[…] irão prejudicar a inovação e distorcer o mercado da UE".